Com a palavra o Professor!

Escrevo estas notas no dia dedicado ao Professor. Não precisamos dizer o quanto é merecida a lembrança deste dia e o quanto deveríamos valorizar aqueles que nos ensinaram, ensinam nossos filhos e ensinarão nossos netos e bisnetos. Luiz Carlos Prates, num artigo recentemente publicado no DC, comenta com muito critério o absurdo de um jogador ou artista ganhar milhares de reais e um professor tão pouco! Concordo com ele e julgo que deveríamos repensar como se distribui esse dinheiro… Formadores de opinião, formadores de várias gerações, os professores não deveriam ficar à míngua de um salário de subsistência, mas serem bem remunerados. 

Passo a palavra ao jovem professor Reginaldo Silveira. Ele nos enviou o artigo para a publicação no número passado. Como no dia 15 comemoramos o dia dos Professores, achamos por bem publicar nesta edição. Prof. Reginaldo, suas palavras são contundentes, sérias e verdadeiras.  O Jornal Alfredo Wagner está aberto às suas contribuições e de todos os seus colegas. Esperamos poder contribuir de alguma forma para a valorização e reconhecimento tantas vezes negado aos nossos professores. Vamos então ao texto do Prof. Reginaldo da Escola de Educação Basica Silva Jardim:
EM EDUCAÇÃO SE EXIGE COMPROMETIMENTO
 
Reginaldo Silveira, Prof. EEB Silva Jardim
Reginaldo Silveira, Prof. EEB Silva Jardim

Sou professor de Geografia da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina há quase dez anos e, já tenho decepções com as PROMESSAS e, não propostas feitas pelos candidatos em todos os pleitos eleitorais que venho acompanhando. Se a metade de tudo o que é prometido ou “proposto” fosse realmente cumprido pelo governante depois de eleito, nem eu ou qualquer outro profissional em Educação estaria insatisfeito com sua jornada de trabalho.

As pessoas atrás de uma mesa, em uma sala climatizada, criam mecanismos para tornar as aulas criativas e atraentes. Isso eu também sei fazer, a diferença é que faço isso em uma sala não climatizada com em média 35 alunos com particularidades, saberes e dificuldades individuais. Nessa mesma sala existem alunos dedicados e indisciplinados, de realidades sociais e econômicas diversas. Alunos esses, que tenho por direito e dever levar o conhecimento e, para isso preciso usar das mais variadas metodologias.
Meu salário é de professor, mas ainda não sei por que também não recebo como psicólogo, psico-pedagogo, entre outros. Também não entendo por que não recebo nem um presentinho pelo papel de pai que muitas vezes exerço, ou ainda por que nem um circo me contratou, pois muitas vezes sou feito de palhaço por alunos ou propostas políticas.
Não preciso de motivação, não estou desmotivado, preciso que a valorização profissional tanto mencionada em inúmeros textos que já li em muita folha de papel chamada proposta de governo, continue vindo em forma de papel, mas um papel chamado dinheiro.
 
Professor: Reginaldo Silveira