Scolari: “Sou eu o responsável pela derrota”

BRASIL

Scolari: “Sou eu o responsável pela derrota”

por Lusa, texto publicado por Nuno FernandesAmanhã

Scolari: "Sou eu o responsável pela derrota"
Fotografia © EPA

O selecionador brasileiro assumiu a “catástrofe” e não desculpou a goleada com a ausência de Neymar.

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Luiz Felipe Scolari (selecionador do Brasil): “A minha mensagem é para o povo brasileiro e para os adeptos. Fizemos tudo o que podíamos, demos o melhor. Deculpem-nos por este erro. Estamos desolados por não continuar até à final. Mas vamos batalhar pelo terceiro lugar em Brasília e esperemos ter o seu apoio.

Sou eu que fiz a equipa, sou eu o responsável pela derrota. O resultado é catastrófico e talvez no final as responsabilidades sejam partilhadas mas fui eu que decidi a tática e sou eu que assumo a responsabilidade.

Não tenho dívidas, faço o meu trabalho. Fiz o que pensei ser o melhor e o que pensava ser o correto. Sim, podem dizer que foi uma derrota terrível por causa do resultado. Mas não penso que se trate de uma questão de dívida ou crédito. Agora, não esqueçam o jogo de sábado, por favor, queremos ganhar.

É uma catástrofe, estou de acordo. Agora, devo trabalhar para sábado.

Sofremos quatro golos em dez minutos, encadeavam-se. Não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento. Tivemos um momento de pânico no campo. Esperei o momento oportuno para fazer substituições.

O nosso objetivo era ir à final, ganhar a final. Não foi um problema de pressão. Fizemos o que podíamos nos cinco primeiros jogos e esta noite não funcionou durante 23 minutos, face a uma equipa fantástica.

Neymar é um jogador de equipa, não teria sido diferente com ele. Não procuramos desculpas com Neymar ou com a emoção que a sua ausência suscitou. Caímos ante um adversário fantástico, foi a forma de jogar da Alemanha que influenciou a minha equipa, não tem nada a ver com a ausência de Neymar.

É difícil de colocar a equipa no lugar com 5-0, quase impossível. Na segunda parte, rematámos várias vezes à baliza e poderíamos marcar um golo ou dois. Mas quando não se marca nas primeiras ocasiões, quando o adversario marcou cinco, fica complicado emocionalmente. Apesar de tudo, continuámos à procura de ocasiões, mas era um dia em que tudo o que a Alemanha fazia, funcionava.

Vamos analisar o que se passou, trabalhar com os jogadores. As qualidades alemãs eram imensas mas o que se passou hoje não é normal. É a pior derrota do Brasil, mesmo em amigável, mas aconteceu. A vida continua, mesmo que seja o pior dia da minha vida. Há que aceitar e ver o que se pode fazer diferente”.