A guerra que chega – artigo de Enio Mainardi

Enio Mainardi

13 h · Editado ·

A GUERRA QUE CHEGA.
(replay)

Nossos posts estão sendo vigiados. Nada de novidade. Hackers, profissionais contratados, quebraram ontem o firewall do meu computador. Vasculharam meus arquivos, um por um. Buscaram de tudo. A ideia deles é colocar o inimigo de joelhos, em posição vulnerável, para tirar alguma vantagem. Assuntos de família, negócios, transações bancárias, cartões de crédito, até vida sexual, literalmente tudo. Eles querem saber exatamente como você pensa e age. Então, os mafiosos, de posse de sua “folha corrida” fazem a pergunta crucial : qual é o ponto fraco desse indivíduo? Onde podemos feri-lo mortalmente? Que chantagem calará sua boca?

Na tv eu vi muitos filmes sobre natureza, os bichos, na luta pela sobrevivência. E tem uma constante: os predadores sempre preferem atacar os animais desgarrados, ou os enfraquecidos. O leão vai atrás do filhote do búfalo que esteja distraído, longe de sua família. O bandido prefere atacar a vítima mais fácil, se vê que sua presa está alerta e armada… então ele vai procurar outra pessoa para assaltar. Se um ladrão entra numa casa e ouve uma espingarda calibre 12 sendo acionada, o click-clac da arma já é suficiente para ele desistir e pular fora. Esses são fatos.

Os hackers são os caras que vigiam um lugar, uma pessoa, para dar a dica que servirá para alguém ou assaltar um banco ou assassinar uma pobre alma. Como não se transformar no jantar de um predador? Isso está cada vez mais impossível. A máfia tem a faca, o queijo, o presunto e o pão na mão. O povo, nós, somos o rebanho que não somos nem um rebanho, na verdade, pois não desenvolvemos o instinto de nos proteger uns aos outros, como nas manadas. Somos só indivíduos soltos, cada um por si. Só nos juntamos quando a ameaça ao coletivo começa a sinalizar que você também pode ser atingido.

O movimento da resistência francesa, como tantos outros, aprendeu a lidar com a gestapo: cada partizan que lutava contra os nazistas, em combates desiguais com o exército alemão organizado, só conhecia alguns dos da resistência. Se alguém fosse apanhado, só poucos caiam. E a rede se reorganizava para novos atentados, dinamitação de vias férreas, ataques aos soldados alemães em posição desprotegida e assim indo adiante.

Os nazistas, os daqui, tiveram muito tempo para organizar sua ocupação, sua ofensiva. E nós ficamos parvos, cada um em separado, levando sua própria vidinha. Agora – e só agora – os peixes do aquário estão começando a perceber que vamos sendo pescados, um a um, para sermos servidos no jantar dos mafiosos. Vai levar tempo para despertar os brasileiros para reagir, num movimento de cidadania que certamente vai perder muitas batalhas até que a mulher da esquina, o sujeito que compra jornal, o rapaz do escritório ficarem conscientes da ameaça que ronda suas vidas.E que os quer transformar em escravos de um sistema, de um partido, manejados por psicopatas que vivem fora dos limites impostos por qualquer regra moral ou ética.

Vai ser uma longa e dolorosa luta.

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