O Jornal Serra Catarinense de Bom Retiro publicou, em seu número de 30 de novembro de 2016, o artigo “Barracão – Pousada de Tropeiros Lageanos” no qual investe contra o nome de nosso município. O artigo não está assinado, portanto é responsabilidade da redação do jornal. O texto faz uma resenha do livro de Rui Roberto Beling cujo título é o mesmo do artigo.
Não li o livro, apenas o artigo do jornal e ele me levou a algumas conclusões.
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I. A fundação de um município leva em consideração muitos e diferenciados fatores. Um município está maduro para ser fundado quando seus moradores, através de ações prévias estão convictos da necessidade do desmembramento do município a que pertencem e nosso povo já havia dado provas de que era capaz de organizar-se quando da fundação da Paróquia Bom Jesus alguns anos antes. A história humana é viva, ela está em constante movimento. Nunca pára no tempo. Assim ocorreu com o nosso município que passou por diversos períodos históricos, alguns com grande destaque, como a época da Colonia Militar Santa Thereza e outras já totalmente esquecidas, como as passagens de idas e vindas dos Xoklengs por nosso território.
II. O nome dado ao município de Alfredo Wagner, representou um consenso entre vereadores que ocupavam a Câmara de Bom Retiro e representavam seus eleitores. A família Wagner, que na época, estava em ascensão política, tinha em Alfredo Henrique Wagner um patriarca sempre honesto e digno. A escolha de seu nome em nada obscureceu o nascimento do novo município. Leiam a biografia escrita por seu neto Altair Wagner na página: Biografia de Alfredo Wagner
III. Alfredo Henrique Wagner era um homem de visão. Morador da Catuíra, percebeu quando a comunidade estava perdendo a condição de passagem de tropas em função da abertura de nova estrada que facilitaria o acesso de Lages a Florianópolis, passando pelo Barracão. Mudou-se para a Lomba Alta onde fixou residência e adquiriu terras, passando a trabalhar no transporte de mercadorias e tropas entre São José e Lages.
IV. O autor do artigo propõe novos nomes para o Município, sugerindo mesmo que Barracão seja o nome definitivo. Se o objetivo é saudosista, poderíamos então sugerir Santa Thereza… ou Xoklengs, ou o nome dos primeiros que deixaram por estas terras suas pegadas e alguns ossos: Messosauro…
V. A História de um povo deve ser construída em todos seus aspectos. É inegável a participação de todos os antigos moradores na construção deste município. Ao se escolher um, não se está desprezando centenas de outros. Não! Cabe a cada descendente resgatar a história de seu antepassado e destacar sua participação nesta construção. Seja uma participação política ou não, pouco importa.
VI. Ao querer reduzir a história do Município de Alfredo Wagner a apenas ao antigo barracão, o autor esquece de milhares de fatos que foram importantes para que chegássemos ao patamar atual. Reduz o município, esquecendo comunidades históricas como Catuíra, Rio Engano, Barro Branco, Lomba Alta, Caeté, Santo Anjo, Limeira, etc.
VII. Como alfredense de coração, sinto-me honrado com o nome escolhido para o Município.
