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OS BUGRES!!! OS BUGRES!!!

O grito ecoou inúmeras vezes pelos perais da Capital Catarinense das Nascentes. Este grito trazia pânico aos colonos que sabiam que não havia piedade por parte dos índios.

Esta frase, dita assim logo na introdução do artigo, vai incomodar muita gente, mas fazer o quê? A História tem que ser imparcial, verás e sucinta.

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Jornal Alfredo Wagner Online
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Não existe ser humano 100% bom. Todos temos qualidades e defeitos, assim também, os nossos índios, tinham qualidades e defeitos. Devemos distinguir uns dos outros para poder escrever uma história imparcial e verídica.

Alfredo Wagner era um ponto de passagem das diversas tradições indígenas que por aqui surgiram há muitos séculos. Nômades, os índios vinham em busca de alimentação, principalmente na época que as pinhas debulhavam e os pinhões abundantes, atraiam diversos tipos de animais e aves.

Uma das últimas etnias que por aqui chegou, expulsando as anteriores (como estas haviam expulsado seus parentes já instalados aqui) foram os Xoklengs. Segundo achados arqueológicos, caucula-se que já habitavam a região há 3000 anos. Os Xoklengs haviam expulso os kaigangs, seus parentes próximos, e pretendiam fazer o mesmo com os da etnia branca quando começaram a subir a serra.

Os xoklengs usavam uma técnica  que fora muito eficaz com os Kaigangs, que ocupavam anteriormente este território: assustar as mulheres, atingindo, principalmente seus filhos. Isso funcionava entre os índios, pois eram as mulheres que decidiam quando partir de um determinado local. Atacando mulheres e crianças, os Xoklengs julgavam que os imigrantes iriam embora.

A agilidade, astúcia e ferocidade dos índios Xoklengs foi defendida com muita persistência, paciência e coragem pelos novos moradores destas terras.

A notícia abaixo apresenta dois aspectos interessantes. Primeiro, a ferocidade indígena, e em segundo, o lamento do articulista (provavelmente o redator do jornal pois não deixou seu nome registrado, com relação a ação do Império. O Império do Brasil tinha uma política de amizade, e quando muito, de defesa com relação aos índios, nunca atacando sem haver uma razão de prioridade para isso. O lamento do editor com a inércia do governo imperial demonstra que este procurava aquietar os ânimos, e nunca, provocar uma guerra.

A República militarista, implantada em 15 de novembro 1889, alterou este relacionamento, enviando matadores ao encalço dos indígenas, provocando uma verdadeira mortandade que dobrou o animo do nativo e o subjugou definitivamente.