Opinião

Em Alfredo Wagner: dois natais! Qual é o seu?

O Papa Francisco afirmou na semana passada que o Presépio “traz ao nosso imaginário e sobretudo fomenta nas crianças a adesão ao mistério do Cristo que se encarnou na nossa realidade para nos salvar”.

O Presépio é uma recordação, uma lembrança, um reviver de realidades históricas, sociais, religiosas muito profundas e que, de modo pictórico, nos tira do dia-a-dia e nos remete às verdades celestes.

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Durante muitos anos, a praça principal de Alfredo Wagner, hoje com toda justiça denominada Praça José de Campos, foi local onde os fiéis erguiam um presépio para que a lembrança do Nascimento de Cristo fosse motivo de alegria a todos que por lá passavam.

Uma criança, e no caso do presépio, Cristo menino, representa o futuro, representa a alegria, representa a união da humanidade com Deus. Ali está a família, Pai e Mãe, cuidadosos com o pequenino que abrindo os braços a todos acolhe. Além da família, estão os animais demonstrando que a natureza está com Cristo e Cristo com ela está.

Nos presépios além da realidade familiar, há outra realidade: a espiritual. Os anjos que anunciam a Glória de Deus e a Paz aos homens de boa vontade.

Ou seja, a criança, o jovem ou mesmo o adulto que junto do presépio se ajoelha, pára ou só observa, encontra ao mesmo tempo três realidades que se unem, se entrelaçam e se fortalecem aos pés do Menino Deus: a natureza, a humanidade e os anjos.

Sem nada dizer, a Criança deitada na manjedoura, ensina a ordem do universo e produz em quem passa a paz tão desejada por todos.

Isso foi assim até o ano passado. Hoje, baniram da praça pública o maravilhoso presépio e no lugar puseram dois balofos papais-noel.

Nada tenho contra a figura do “bom velhinho”… se ele ficar no lugar dele, em segundo plano, apenas como um mero divertimento no dia de natal.

A figura do “papai-noel” é totalmente errada e desqualificada para servir de modelo para o ser humano.

Enquanto Cristo é presente, “Ele está no meio de nós”, o “papai-noel” é ausente. Este personagem passa o ano todo comendo escondido das multidões e só aparece no final do ano…

Enquanto Cristo é a verdade, “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida”, o “papai-noel” é a mentira mais descarada: traz presentes que não são seus, num saco que nunca se esvazia…

Enquanto Cristo é o futuro, “Eis que estarei convosco até o fim dos tempos”, o “papai-noel” é sazonal… e não apenas isso! Uma criança representa o futuro, já o idoso representa o fim da linha! Depois da velhice (para os chegam a ela) o que sobra? É o fim. Um velho obeso como o “papai-noel” não deve ter a saúde em boas condições. Pressão alta, diabetes, surdes, incontinência urinária, parkinson, etc é a realidade com que todos tem que lidar.

Não adianta fugir da realidade: o idoso é o fim da linha no caminhar da humanidade e a criança representa o início da caminhada!!!

Ao escolherem o “bom velhinho” para a decoração de Natal, escolheram o fim da linha, a mentira, a ausência, em vez de escolher o futuro, a presença e a Verdade.

Os países europeus que fizeram esta escolha hoje estão à míngua: a população de idosos superando a de jovens e com a taxa de natalidade negativa.

“Você é exagerado!”…

Passo pela praça todo dia, em várias horas. O presépio atraia o povo para a praça; ficar junto do Menino Jesus, estar ali pertinho da manjedoura, ver as crianças brincarem com os animais do presépio, trazia algo familiar e muito humano! Hoje, já não há graça na praça! Quem lá vai encontra o boneco de dois velhos obesos quase estourando nas roupas vermelhas e uma cadeira no meio…