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1964 foi muito diferente de 2020…

As forças políticas atuais, sobressaltadas com manifestações pró-ditadura, parecem se esquecer de uma verdade histórica: o Brasil era bem diferente em 1964…

Naquele tempo a religiosidade do nosso povo era atuante e unânime. O brasileiro era anticomunista e tinha repulsa pelo regime vermelho. Os proprietários, os empresários, os agricultores, os trabalhadores conheciam seus direitos. A política, embora, cavilosa como hoje, era respeitável e ainda buscava no brilho dos debates os seus votos.

Quem não se lembra desta época poderá achar que um punhadinho de pessoas aglomeradas em frente a um quartel, levará o Exército para as ruas…

1964 foi preparado com antecedência em anos anteriores por dois movimentos, um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo, promovido pela Liga das Senhoras Católicas. O Brasil, daquele período, vivia em agitação, no campo e na cidade. A política tendia perigosamente para o comunismo, o terrorismo de esquerda perseguia e matava fazendeiros, policiais, empresários e todos aqueles que não se enquadravam em seus movimentos.

A guarra asquerosa e belicosa do comunismo assustou a população brasileira, pois com a violência e o roubo de propriedades vinha também a perseguição religiosa.

As manifestações organizadas pela Liga das Senhoras Católicas culminou em manifestações que deslocaram milhões de pessoas nas duas maiores e mais importantes cidades da época: Rio e São Paulo.

Vários grupos sociais, incluindo o clero, o empresariado e setores políticos diversos se organizaram em marchas, levando às ruas mais de um milhão de pessoas com o intuito de derrubar o governo Goulart.

A primeira das 49 marchas aconteceu no dia 19 de março de 1964 em São Paulo e congregou entre 300 e 500 mil pessoas, organizada por grupos como a Liga das Senhoras Católicas, Campanha da Mulher pela Democracia, União Cívica Feminina, Fraterna Amizade Urbana e Rural, Sociedade Rural Brasileira, dentre outros grupos, recebendo também o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES).

Foi na Praça da Sé, diante da Catedral, que lideranças católicas, representando a Liga  das Senhoras Católicas, entre outras entidades, organizadoras da passeata, na presença de autoridades eclesiásticas, de centenas de milhares de pessoas, pediram às Forças Armadas para assumir o poder no Brasil e controlar o perigo comunista.

Poucos dias depois, João Goulart foi deposto e os Militares assumiram.

Hoje, quanta diferença!

A Igreja Católica, principal fonte de inspiração para a luta contra o comunismo, está infiltrada e alinhada com a esquerda. O povo brasileiro mantem sua fé, mas já não é mais católico como o era em 64. A força da Mulher católica, que naqueles tempos foi capaz de mobilizar o Brasil contra o comunismo, hoje restam alguns lampejos apenas.

Hoje temos igrejas fechadas, trabalhadores parados, políticos corruptos, e as forças vivas da nação, adormecidas num canto, mas o Congresso, o Judiciário, a Mídia, estão assustadas com um punhadinho de pessoas querendo a volta da Ditadura… Na realidade, estão, eles mesmos, inflando um movimento que não tem por si só força junto ao povo brasileiro.