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Alfredo Wagner, entre a catástrofe e a apreensão

Chuvas demoradas e em grande volume provocaram desmoronamentos nas cabeceiras dos rios que formam o Rio Itajaí nos contrafortes da Boa Vista.

Segundo um apanhado rápido efetuado pela Defesa Civil na Terça-Feira, foram mais de 25 focos de desmoronamentos que despencaram dos peraus em direção ao fundo da Furna do S. Leonardo passando por cima de árvores, animais, peixes e tudo o que encontrava pelo caminho.

Quem viveu aquele momento não esquece o pânico e o desespero de ser levado pela força da enxurrada ou ser esmagado pelo peso da terra e das pedras. Geólogos da Defesa Civil passaram o dia de hoje vistoriando casas nas áreas de risco para eventualmente serem interditadas. Não houve vítimas humanas. Apesar da destruição Deus em sua infinita bondade protegeu os habitantes das comunidades atingidas.

A primeira comunidade afetada foi S. Leonardo. que perdeu todas as suas pontes e ficou repleta de árvores, pedras e paus, como marcas do pesadelo de sábado.

Em seguida veio a comunidade de Picadas que recebeu aquela mistura de água, barro, pedras e árvores, arrasando tudo, arrancando postes, levando o paiol e a produção de cebola de um colono. Até o marco de 100 km da estrada antiga que há mais de cem anos estava fincado naquele chão e que pesa toneladas foi arrancado. Um poste foi atorado como se fosse um lápis e a parte de cima foi arrastada por mais de 70 metros ligada aos cabos de alta tensão.

A escolinha local ficou inundada de água e lama destruindo todo o material didático e moveis. Galinhas, porcos e vacas foram levadas para longe, só aparecendo a quilômetros de distância quando as águas do rio baixou.

A fúria da natureza, entretanto, não ficou por aí.

Pontes foram arrancadas, pontilhões sumiram e o saldo quando as águas baixaram foram mais de 500 famílias isoladas, 15 pontes danificadas e muitas casas em risco.

Logo no domingo pela manhã máquinas e homens da prefeitura já estavam nos locais do sinistro para repor, ainda que provisoriamente a pontes em ordem para que o alfredense pudesse ir e vir sem transtornos.

O responsável pela Defesa Civil em Alfredo Wagner, Emerson Martins, que é também o Secretário da Administração, Planejamento e Gestão, prepara o relatório para ser entregue em busca de recursos para a reconstrução da área atingida.

O prefeito Formiga, interrompeu suas férias, para fazer contatos políticos em busca de ajuda e foi visto com frequência, juntamente como o Prefeito em exercício, Daniel Cansian, nos locais mais atingidos levando conforto e uma palavra de esperança a todos.

A situação é de apreensão, pois continua a chover e novos desmoronamentos poderão ocorrer, por isso a população das comunidades mais próximas ao local da tragédia está de sobreaviso e não dorme sossegada.


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