TABU
Inglaterra foi a última seleção campeã que esteve presente na partida de estreia do Mundial
Pela quarta vez na história, o Brasil participa da partida de abertura da Copa do Mundo com um chato tabu a ser quebrado.
Apenas duas vezes na história das Copas, que chega a sua 20ª edição, um time que abriu o Mundial foi campeão. E a última vez que isso ocorreu foi em 1966.
Na ocasião, a Inglaterra estreou diante do Uruguai em Wembley e não saiu do 0 a 0. A equipe dirigida por Alf Ramsey teve melhor sorte na decisão, quando superou a Alemanha por 4 a 2, após prorrogação.
Desde então, duas seleções chegaram muito perto de realizar o feito, mas terminaram com o vice-campeonato. Em 1990, a Argentina, de Maradona, perdeu na final para a Alemanha por 1 a 0. Oito anos depois, a França destruiu o sonho dos brasileiros, ao vencer por 3 a 0 em noite inspirada de Zidane.
Maior vencedor das Copas, o Brasil ainda não tem o feito no currículo. Em 1950, o time de Flavio Costa estreou com goleada de 4 a 0 sobre o México, na frente de mais de 80 mil espectadores no Maracanã.
A segunda oportunidade veio em 1974, na Alemanha. Enquanto o mundo aguardava pela repetição do futebol brilhante exibido pelo Brasil em 1970, tudo o que viram foi um insosso empate sem gols contra a Iugoslávia, na abertura da Copa. Comandado por Zagallo, o Brasil avançou até as quartas de final, mas foi eliminado depois de perder para a Holanda por 2 a 0.
Em 1998, a seleção começou o Mundial como principal favorita. O início foi promissor, com boa atuação na abertura diante da Escócia. Na final, a derrota para a França ficou marcada pela indefinição na escalação de Ronaldo, que sofreu convulsão horas antes do jogo.
POLÍTICA
O critério para definir quem entra em campo no primeiro jogo de uma Copa passou por mudanças desde 1930. Até o Mundial de 1954, a Fifa não tinha uma política definida sobre o tema. Assim, a escolha era realizada de acordo com o interesse do país-sede.
A situação mudou em 1958, na Suécia, quando a Fifa decidiu que os anfitriões fariam a abertura da competição. Nova alteração ocorreu em 1974, quando a primazia do jogo de inauguração passou para o atual campeão.
Entretanto, disputas políticas na Fifa provocaram novas mudanças para o Mundial de 2006. O último vencedor passou a ser obrigado a disputar as eliminatórias. Sem a vaga garantida, o direito de abrir a Copa voltou para quem sediava o torneio. Sempre o país-sede tem vaga garantida no torneio.
INVENCIBILIDADE
Ao todo, os anfitriões participaram de oito jogos de abertura. Em nenhum deles, o time da casa perdeu. Foram cinco vitórias e três empates.
O bom desempenho dos países-sedes não muda mesmo quando são consideradas as estreias que não abrem Copas. Em 20 jogos, são 14 vitórias e seis empates.
Como nem sempre o país-sede figura na elite do futebol mundial, é razoável acreditar que ter a torcida ao lado é benéfico em um momento como o jogo inaugural, onde nervosismo e adrenalina combinam.
SURPRESAS
Entrar em campo com a confiança de ser o atual campeão nem sempre ajuda. De 1974 a 2002, foram oito jogos, com duas vitórias, três empates e três derrotas.
A primeira vítima foi a Argentina, superada pela Bélgica, então vice-campeã europeia, por 1 a 0 em 1982. Os argentinos caíram na mesma armadilha oito anos mais tarde. O algoz foi Camarões, também por 1 a 0, na primeira grande zebra da abertura das Copas.
Em 2002, outra seleção africana causou sensação. Com gol de Papa Bouba Diop, Senegal ganhou da França, na época detentora dos títulos mundial, europeu e da Copa das Confederações.
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