em 19/11/2014 às 11h11
Como em uma novela macabra, vimos que, após o capítulo do mensalão, segue-se o do petrolão. Também é muito provável que, neste exato momento, as negociatas para a mudança da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estejam escrevendo o próximo capítulo, sobre o qual seremos informados daqui a alguns anos. Não percam!
Imagino como é difícil para um profissional sério, e que deseja construir grandes obras com qualidade internacional, fazer carreira fora dessas empreiteiras e construtoras já consagradas. Embora o sejam nem sempre pela qualidade de seus serviços, mas pela frequência com que seus nomes são envolvidos em casos de corrupção. Será que não estaria na hora de dispensar essas empresas e trazer as de outros países para essas obras? Especialmente as que possuem ações na Bolsa de Nova York e submetidas a leis mais rigorosas que as nossas?
Quando vejo a baixa qualidade das obras públicas, parece evidente que essas empresas não têm interesse em oferecer estruturas de excelência ao brasileiro. Como se ele fosse um cidadão de segunda classe e não merecesse uma construção de melhor qualidade. E não adianta dizer que elas seguem o que é pedido nas licitações, pois sabemos muito bem quem, de fato, as escreve.
Se desejarmos oferecer um ambiente mais adequado ao desenvolvimento das carreiras de nossos jovens, precisamos que as empresas, assim como o País, tenham profundo apreço por três fatores: transparência, ética e justiça.
A transparência é o que permite a todos verificar como as decisões e as operações empresariais são feitas do início ao fim. Sem ela, não há um ambiente que permita observar se as regras contábeis e de governança, por exemplo, são cumpridas.
A ética é o que deve direcionar a conduta de todos, especialmente dos líderes dessas empresas. Chega a ser ridículo observar que certas companhias envolvidas nesses escândalos são famosas por seus livros de código de conduta.
Mas, independentemente da empresa em que você atue, tenha seu próprio código de honra. Isto é, um conjunto de regras que diga o que você não está disposto a comprometer por causa de um benefício em sua carreira.
E, por último, todos devem ter apreço por fazer a Justiça funcionar. Entretanto, da maneira como está, não somente Dilma, mas eu também não teria medo da Justiça, se pudesse escolher dez dos onze juízes que me julgariam em última instância. Esse mecanismo de escolha de juízes do Superior Tribunal Federal (STF) precisa ser revisto.
Como profissional, você também é o Brasil em cada uma de suas decisões. Escolha sabiamente como fará dinheiro, e o que não fará pelo dinheiro.
Se não fomentarmos a vitória em nossas carreiras pela conduta transparente, ética e protegida por uma Justiça que funcione, nunca melhoraremos como profissionais e como nação.
Não está na hora de mudar nossos critérios a respeito do que é válido para ter sucesso, seja como indivíduo ou como empresa?
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