O Município de Alfredo Wagner, na Serra Catarinense, não está diretamente ligado a imigração alemã que ocorreu a partir do século XIX com o apoio e incentivo do Império brasileiro, mas ao empreendedorismo e desejo de progredir dos povos que ocuparam nosso território, entre eles os descendentes de imigrantes alemães.
A área ocupada por Alfredo Wagner, hoje, com fácil acesso para três grandes cidades: Lages, Rio do Sul e Florianópolis, representou um dos mais difíceis trechos para a travessia de tropas e produtos entre a Serra e o Litoral. Foram experimentados diversos trajetos ao longo dos séculos em que se tentou fazer a ligação Lages/Desterro.
A melhor opção, naquele momento como via de tráfego, deu origem a Colônia Militar Santa Thereza, hoje Catuíra, e é lá que encontramos as primeiras referências ao povo alemão. O site de genealogia https://gedbas.genealogy.net apresenta diversos descendentes de imigrantes que lá nasceram de 1880 em diante. A lista pode ser conferida no https://jornalaw.com.br A miscigenação entre as diferentes etnias foi imediata. Alemães com brasileiros, dinamarqueses com alemães, com luxemburgueses, belgas, etc.
O site editado por Carol Pereira, http://alfredowagnertq.blogspot.com.br/2011/08/as-alemaes.html traz uma relação. interessante de sobrenomes (e seus significados) de descendentes de imigrantes europeus que se estabeleceram em Alfredo Wagner. Transcrevo ipsis litteris, como publicado em 2016. Recentemente (10/11/2017), após reclamação do autor da relação, foi incluído seu nome no final do texto na página citada. Esta relação foi elaborada por Juliano Wagner, profundo conhecedor do povo alfredense, ele mesmo filho da terra e descendente de filhos de imigrantes europeus:
Famílias alemãs: Althoff – corte antiga, Andersen (Dinamarquês), Arnold, Back, Bardt – barba, Bauer, Behling, Beppler, Berger – das montanhas, Bett – cama, Beumer, Blau – azul ,Böll, Branger, Bratfisch – peixe frito, Braun – marrom, Brick, Bruch, Brücker, Bruder – irmão, Bunn, Calkmann – homem do cal, Clasen, Conrad, Dahmer, Damann,Deucher, Dunke (Polonês), Eger, Eller, Errath,Felau (variação de Fehlau), Fleming, Förster – guarda florestal, Franz – abreviação de Francisco (Franziscus), Freiberger, Fuck, Gelisch, Gelsleichter, Gerent, Gerwarosky (Polonês), Gesser, Goebel (Göbel), Grah, Grüdtner, Guckert, Hack – enxada, Hamann, Hames, Hamilton (Inglês), Hasckel, Hasse, Heiderscheidt, Heinz – abreviação de Henrique (Heinrich), Hillesheim, Hilzendeger (Russo), Hinckel – galinha, Hoegen (Holandês), Hoffmann – homem da corte, Horst – cume de um morro, Hugen, Hüntemann, Jahn, Jendich, Jochen, Joenck (Jönck), Jummes, Jung – jovem, Junckes, Justus, Kalbusch, Kempner, Kersbaum, Klauberg,Klaumann, Kleinjohann – João pequeno, Klöppel, Knaul, Kniz (Eslavo), Koerich, Krautz, Kreusch, Krieger – guerreiro, Krüger, Kuntz, Küster – sacristão, Lehmkuhl, Lemonie (Francês), Lichtenfelz, Linder, Loch, Lohn, Longen, Luchtenberg, Mannrich, Marian, Martendahl, May – quem trabalha com laticínios, Mayer – quem trabalha com laticínios, Mees, Meurer, Michels, Mohr, Momm, Müller – moleiro, Netto, Neuhaus – casa nova, Niederhaus – casa baixa, Passig, Petry, Popeng, Probst, Prust, Raitz, Rehbein – perna de veado, Reich – rico, Rosar, Saitz, Sauerbier,Schäfer – pastor (de ovelhas), Scheidt – bainha, Scheitz – bainha, Schlemper, Schlickmann, Schlichting, Schmidt – ferreiro, Schmitz – ferreiro, Schneider – alfaiate, Schüller – aluno, Schumach – sapateiro, Schürhaus – casa do sapato, Schütz – protetor, Schwambach – arroio, Schweitzer (suíço), Sebold, Seemann – marinheiro, Sieves, Sommer – verão, Steffen, Steinbach – riacho de pedra, Steinhauser – pedreiro, Steinick, Tenfen, Thiesen, Truppel,Van Bömmel,Van der Sand – da areia, Vogel – pássaro, agner – carpinteiro de carroças, Walter, Waltrick, Walzburger, Weber, Weiss – branco, Weingärtner – vinicultor, Weirich, Welter, Werlich, Wessler, Westphal, Zimmer – sala, Zimmermann – carpinteiro e Zomer
Continua Carol Pereira:
Ainda hoje, há uma considerável parte da população bilngue, que curiosamente não fala o alemão oficial, mas sim o dialeto hunsrckisch linguajar falado na região montanhosa do Hunsrck, sudoeste da Alemanha, de onde emigrou a maioria das famílias germânicas.
Além do sotaque que ainda perdura, a influência também se revela na gastronomia, vestuário e na aparência de muitos alfredenses.
Os sobrenomes de Imigrantes também são encontrados nas cidades da Serra Catarinense a provar que os povos tem mobilidade e estão em constante movimento em busca de melhor opção de vida.
A continuidade histórica deste relacionamento Alemanha/Alfredo Wagner/Brasil não parou e tem hoje dois grandes fatos dignos de nota:
- Em coleta realizada na Igreja Católica Alemã foi recolhido doações para a Reforma interna da Igreja Bom Jesus de Alfredo Wagner, cujas obras já começaram e será entregue aos fiéis na próxima festa em Janeiro.
- A pedido do Jornal Alfredo Wagner Online, o Consul Geral da Alemanha em Porto Alegre, Dr. Stefan Traumann, envia mensagem aos Alfredenses na qual destaca que tem se surpreendido com a cultura nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina “que ainda apresenta tanta influência da língua alemã e dos costumes alemães.” O leitor poderá ler a MENSAGEM DO CONSUL na íntegra.
Desejamos que este relacionamento continue e seja ampliado também para outras etnias que ajudaram com seu sangue, cultura e personalidade a construir o povo alfredense. Em outras edições falaremos sobre os Indígenas, os Negros, os Italianos, os Dinamarqueses, os Luxemburgueses, etc.
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