A União Brasileira de Trovadores se fará presente na Semana de Aniversário do NETI – Núcleo de Estudos da Terceira Idade, organizada pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, em Florianópolis-SC onde ministrará uma Oficina de Trovas e tentará instalar na cidade mais uma de suas seções. Florianópolis é a única capital do Sul em que a UBT ainda não está presente. Todos estão convidados. Clique no cartaz para conhecer os detalhes do evento.
A origem medieval da Trova
A trova — quatro versos de 7 sílabas e rimados — é anterior à formação da língua portuguesa. Remonta ao século 13, aparecendo, ainda em galego-português, como refrão nas Cantigas de Santa Maria, por exemplo, da autoria de D. Afonso X, rei de Leão e Castela. De 420 letras de cantigas remanescentes do período podem ser retiradas 216 trovas, como as conhecemos na forma atual, desempenhando a função de estribilhos. Este largo uso comprova a popularidade do gênero, que possivelmente teve origem nas cartas — poemas curtos — dos árabes da Península Ibérica, no século 9º.
A Trova
A origem da palavra Trova vem do francês trouver (achar), o que nos faz crer que os trovadores deveriam achar os motivos de suas canções.
Mas a origem dos trovadores está na Idade Média onde os chamados menestréis cantavam suas poesias na forma de “cantigas”; iam de castelo em castelo, cantavam a beleza das damas ou o heroísmo dos cavaleiros.
Assim a trova se desenvolveu em Portugal, ao lado do fado, cantado em redondilha maior, justamente a métrica da trova.
De Portugal para o Brasil a trova viajou através das caravelas de Cabral e aqui encontrou o terreno fértil para crescer e dar vida ao Movimento Trovadoresco, que já foi citado como o primeiro movimento literário genuinamente brasileiro.
Vencendo a fase das quadras populares onde eram aceitas trovas de rima simples, podemos dizer que a definição mais correta de trova atualmente seja: “COMPOSIÇÃO POÉTICA DE QUATRO VERSOS SETESSILÁBICOS, RIMANDO, ENCADEADAMENTE, 0 PRIMEIRO COM O TERCEIRO E O SEGUNDO COM O QUARTO VERSOS E TENDO UM SENTIDO COMPLETO”.
Sendo pequena no tamanho (aproximadamente 28 sílabas) e fácil de decorar, a trova é extremamente popular. Sobre ela, assim se referiu o famoso escritor Jorge Amado: “Não pode haver criação literária mais popular, que fale mais diretamente ao coração do povo, do que a trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e sente sua força. Por isso mesmo, a trova e o trovador são imortais”.
UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES
A União Brasileira de Trovadores – UBT é uma entidade cultural, sem fins lucrativos, que congrega a quase totalidade dos trovadores brasileiros, através de suas delegacias e seções.
Quando numa cidade existe um pequeno grupo de trovadores – às vezes até um único trovador é fundada: uma delegacia. Quando este grupo é maior (pelo menos 10 elementos) funda-se uma seção.
A UBT foi fundada em 1966 por Luiz Otávio (seu aniversário é considerado o Dia do Trovador) e ao longo destes anos, tem realizado diversos estudos, palestras, conferencias, reuniões e encontros de trovadores, publicado livros e antologias de trovas e, principalmente, patrocinado ou coordenado centenas de Concursos de Trovas ou Jogos Florais, fomentando assim o aparecimento de diversos bons trovadores e trovas antológicas.
A seguir algumas trovas que se tornaram tão populares que, as vezes, são ditas por aí sem o nome do autor:
Saudade, palavra doce, que traduz tanto amargor; saudade é como se fosse espinho cheirando a flor… (BASTOS TIGRE) |
Eu vi minha mãe rezando aos pés da Virgem Maria. Era uma santa escutando o que outra santa dizia. (BARRETO COUTINHO) |
No homem a malícia é tanta que, bonita ou mesmo feia, a mulher que mais o encanta é sempre a mulher alheia. (PERI OGIBE ROCHA) |
No dia em que tu quiseres |
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