Poucos dias antes de completar um mês em cartaz no Santander Cultural (Rua Sete de Setembro, 1.028), no Centro de Porto Alegre, a exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na América Latina teve de ser fechada e encerrada neste domingo (10), após protestos – segundo informações preliminares que vêm circulando nas redes sociais – em que pessoas contrárias ao teor das obras teriam causado tumulto em frente ao museu, ainda neste sábado, em manifestação contra a exposição.
A exposição
O tema não poderia ser mais “oportuno”, sobretudo por mostrar a real essência do que eles entendem por “diversidade”: quadros promovendo práticas como a pedofilia e a zoofilia e que profanam e blasfemam contra as Sagradas imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santíssima Virgem, da Santa Igreja e da fé católica.
Em um dos quadros, Nosso Senhor é representado como um macaco no colo da Santíssima Virgem. Em outro, de sua crucificação, Sua imagem é mesclada com a de kahli, deusa hindu da destruição.
Como se não bastasse, uma das obras em exposição apresenta uma mala antiga cheia de hóstias, onde cada uma delas possui uma inscrição que lembra sangue, com palavras que não podemos reproduzir.
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Segundo o material de divulgação, a “expressão de gênero e a diferença são exercidas em sua plena liberdade”. Essa é a justificativa para a exibição de fotografias de órgãos sexuais masculinos e femininos e quadros que mostram pessoas em orgias, tendo relações homoafetivas e também com animais.
O Presidente da instituição, Sérgio Rial, afirma que a mostra “está ancorada em um conceito no qual realmente acreditamos: a diversidade […] Trata-se de um valor para a nossa empresa [Santander], pois acreditamos que a diversidade é a impulsionadora da criatividade e da eficiência”.
O que pode causar mais estranheza ao visitante desavisado são as representações de crianças “trans”. Em uma delas, há a figura de dois meninos, onde a legenda diz “criança [homossexual]” e “travesti”.
No início da tarde do último domingo (10/09), o Santander Cultural emitiu uma nota em que afirmou estar recebendo diversas manifestações críticas a respeito da exposição e confirmou o encerramento da mostra neste domingo.
“O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia”, diz o texto. “Desta vez, no entanto, ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição Queermuseu desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva, perde seu propósito maior, que é elevar a condição humana”, afirma a nota da instituição.
Leia a nota na íntegra:
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Com curadoria de Gaudêncio Fidelis, a Queermuseu é formada por mais de 270 obras (oriundas de coleções públicas e privadas) que percorrem o período histórico de meados do século XX até os dias de hoje. A iniciativa explora a diversidade de expressão de gênero e a diferença na arte e na cultura. A exposição foi aberta na metade de agosto, com entrada franca, e seguiria até 8 de outubro. A mostra foi viabilizada pela captação de R$ 800 mil por meio da Lei Rouanet.
Em protesto contra o encerramento da mostra, o Nuances – Grupo Pela Livre Expressão Sexual, organiza nesta terça-feira (12) à tarde, em frente ao Santander Cultural, o Ato pela Liberdade de Expressão Artística e Contra a LGBTTFobia, “em defesa da liberdade de expressão artística e das liberdades democráticas”.
*Com informações de Jornal do Comércio
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