Em minhas conversas com alfredenses tenho buscado ouvir o que sabem sobre o nosso Soldadinho. A tradição oral é um forte apoio para história e a oralidade, para ser preservada, deve ser escrita e publicada, tornando-se fonte de pesquisa.
A geração que hoje tem entre 60 e 70 anos, pegou uma tradição que vinha de muitos anos. Ninguém lembra exatamente como começou, mas podemos dizer que a o próprio esquecimento das primeiras ações é uma prova da antiguidade dela.
Uma tradição tipicamente alfredense, organizada em sua primeira vez, por um desconhecido cujo nome se apagou com o tempo, mas cujo exemplo perdurou por muitos anos.
A tradição, segundo me contaram os Sexagenários alfredenses, consistia em visitar o túmulo do Soldadinho no dia 1º de Novembro. Homens, mulheres e crianças saiam de suas casas pela manhã e, caminhando, se dirigiam ao tumulo onde foi enterrado o militar. Durante o trajeto a criançada aproveitava para dar pelotadas nos palanques, nos passarinhos, nas árvores, em tudo que pudessem acertar… numa saudável brincadeira da qual se lembram até hoje. La chegando, era rezado um terço e depois se fazia um café em comum, com todos partilhando o que tinham levado para o próprio café.
Esta maravilhosa tradição, foi pouco a pouco apagando da memória devido a intervenção de um sacerdote que não gostava muito destas movimentações em torno de devoções populares.
Não vou mencionar o nome deste Padre, creio que ele não merece ter o nome guardado para a história. Outros sacerdotes surgirão e que entenderão a importância do Soldadinho para o Município, para o Estado e para a Igreja.
Mas, enfim, segundo me contou o João Feleti (ele, quando criança também ia a pé até o soldadinho no dia 1º de novembro) um dos Padres que passou por aqui, disse que não adiantava nada ir rezar lá no tumulo pois o corpo do soldado não estava mais lá, tinha sido levado pela família. Como naquela época não se discutia com um padre e se acreditava em tudo que um falasse, a piedosa tradição foi pouco a pouco desaparecendo. Ninguém questionou, quando isso aconteceu, como ele ficou sabendo, em que se baseou para dizer aquilo. A piedade pelo padre foi maior que a piedade pelo Santo.
O tempo passou, embora tenha diminuído e as caminhadas de 1º de novembro tenham sido interrompidas, de todos os cantos do Município o Soldadinho recebe visitas para rezar uma Ave-Maria por ele, pedir sua intercessão junto a Nossa Senhora e a Deus por alguma intenção ou necessidade. E ele atende! E parece que ele tem um ótimo senso de humor… Uma senhora me contou que, embora casada com um luterano, ela sempre recorre ao Soldadinho. Um dia foi com seus filhos até lá pagar uma promessa. Os filhos (jovens e sempre dispostos a uma brincadeira) diziam que aquilo era bobagem, que ela não tinha por que agradecer, etc. Para chegar até lá eles subiram o morro das Demoras de carro e com toda a facilidade, mas para sair… o carro não pegou mais, e eles tiveram que empurrar o carro até conseguir descer o morro e depois até sua casa.
Esta tradição recomeçará novamente neste ano mas NÃO SERÁ NO DIA 1º de Novembro de 2017.
O dia primeiro, aqui em Alfredo Wagner, cai entre dois feriados, o municipal no dia 31 de Outubro e o nacional no dia 2 de Novembro, Seguindo sugestão do Sr. Pedro Jayme dos Santos, faremos esta visita no DIA 31.
Um grupo de pessoas, algumas irão a pé, outras de carro, vão até o túmulo onde está enterrado os restos mortais do Soldadinho, para lá rezar por ele, para ele, agradecer graças recebidas, pedir pelas necessidades espirituais e materiais pessoais e da família.
Quem for a pé deve sair antes. pois o horário para o encontro lá em cima será 10:30. Quer ir também? Deixe seu nome, usando o botão do whatsapp ao lado se você estiver lendo este artigo pelo celular. Se estiver em um Computador, acesse o site do jornal por seu celular e mande um “zap” avisando que vai também. Ok? Te esperamos por lá! Não esqueça o terço. Vamos rezar o terço a Nossa Senhora agradecendo as graças recebidas!
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