Albert Einstein e Padre Geoges Lemaître, Califórnia, 1933 / Domínio público
Após publicarmos recentemente um resumo da obra O Sítio Arqueológico de Alfredo Wagner, do Sacerdote Jesuíta, Pe. João Alfredo Rohr, o Pai da Arqueologia Catarinense, algumas pessoas comentaram que não era comum sacerdotes se destacarem no campo científico. Esta afirmação demonstra total desconhecimento da Religião Católica. Ciência e Religião não se contradizem, antes pelo contrário, andam de braços dados! Vejam esta relação:
Ciência e fé só andam separadas na cabeça de quem quer negar alguma parte da essência humana
Aciência e a fé são parceiras que só andam separadas na cabeça de quem quer negar alguma parte da essência humana, aberta naturalmente ao conhecimento, à busca de significado e à exploração de hipóteses que possam ser confirmadas ou refutadas. Não há verdadeira ciência sem abertura ao mistério, nem fé autêntica sem abertura à investigação científica. Faz todo o sentido, por isso, que alguns dos grandes cientistas da história da humanidade tenham sido também sacerdotes.
Conheça 17 deles:
1 – São Silvestre II (945-1003)
O primeiro Papa francês da história da Igreja era matemático e foi um dos primeiros divulgadores dos numerais indo-arábicos na Europa cristã.
2 – Guido d’Arezzo (992 a 1050)
Este monge medieval é um dos responsáveis pelo sistema de notação musical moderna: foi ele quem criou o tetragrama e batizou as notas musicais (a partir das primeiras sílabas de um hino em latim a São João Batista).
3 – Santo Alberto Magno (1193-1280)
Sacerdote dominicano, bispo e Doutor da Igreja, foi também o químico a quem se credita a descoberta do arsênio.
4 – Roger Bacon (1214-1294)
Frade franciscano conhecido como “Doutor Admirável”, fez estudos e pesquisas em áreas importantes do conhecimento como a mecânica, a ótica e a geografia, além da filosofia.
5 – Jean Buridan (1300-1375)
Padre francês, foi um dos pioneiros da Teoria do Ímpeto, que abriu caminho para a dinâmica de Galileu e para o princípio da inércia de Isaac Newton.
6 – Nicolau Oresme (1323-1382)
Teólogo e bispo de Lisieux, fez estudos e pesquisas não apenas como filósofo, psicólogo e musicólogo, mas também como economista, matemático, físico e astrônomo, e, graças a esse conjunto de conhecimentos, descobriu a refração atmosférica da luz.
7 – Nicolau Copérnico (1475-1543)
Embora seja famosíssimo, ainda há muita gente que não sabe que este matemático e astrônomo polonês, pai da teoria heliocêntrica e da astronomia moderna, era sacerdote. E também era jurista, político, líder militar, diplomata e economista.
8 – Francesco Maria Grimaldi (1618-1663)
Padre jesuíta italiano, físico e matemático, ele construiu instrumentos para medir características geológicas da lua e foi pioneiro nos estudos sobre a difração da luz.
9 – Giovanni Battista Riccioli (1598-1671)
Também sacerdote jesuíta, foi o primeiro a medir a aceleração de um corpo em queda livre e é reconhecido como pioneiro da astronomia lunar.
10 – Athanasius Kircher (1602-1680)
Outro jesuíta cientista, inventor, poliglota e especialista em cultura oriental, contribuiu também com a medicina ao usar um microscópio rudimentar para examinar doentes de peste: um projetor de imagens conhecido como “lanterna mágica”, criado por ele próprio, possibilitou importantes avanços na compreensão da peste bubônica. Além disso, escreveu mais de quarenta livros, entre eles o famoso “Mundus Subterraneus” (1665), para expor o conhecimento da época sobre o interior da Terra.
11 – Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724)
Este padre é um dos precursores da aviação, área em que a sua importância é relevante a ponto de que a Força Aérea Brasileira conceda todos os anos, a pessoas que prestaram serviços importantes para a aeronáutica, um prêmio que traz o nome dele: a Medalha Bartolomeu de Gusmão.
12 – Ruder Boskovic (1711-1787)
Mais um jesuíta que, além de sacerdote, era poeta, físico, astrônomo, filósofo e matemático. Influenciou na obra de nomes tão relevantes como Faraday, Kelvin e Einstein.
13 – Gregor Mendel (1822-1884)
Agostiniano austríaco e pai da genética, legou ao mundo as assim chamadas “leis de Mendel” sobre a transmissão dos caracteres hereditários.
14 – James B. Macelwane (1833–1956)
Todos os anos, a União Geofísica Americana concede a medalha James B. Macelwane a um cientista de até 36 anos de idade que tenha prestado contribuições significativas à Geofísica. O nome da medalha é uma homenagem a este padre jesuíta que se dedicou com grande empenho à formação de jovens cientistas que contribuíssem com o progresso da humanidade.
15 – Jean-Baptiste Carnoy (1836-1899)
Fundador da citologia, é dele a criação da importante fórmula da medicina conhecida como “solução de Carnoy”. Nascido na Bélgica, foi ordenado sacerdote em 1861 e se doutorou em Ciências Naturais em 1865.
16 – Georges Lemaître (1894-1966)
Padre católico belga, era astrônomo, cosmólogo e físico. Propôs a “hipótese do átomo primordial” para estudar a origem do universo, o que veio a se popularizar como a teoria do Big Bang. Na foto que ilustra este artigo, vemos o pe. Lemaître com Albert Einstein na Califórnia em 1933.
17 – Bonaventura Thürlemann (1909–1997)
A este padre beneditino e professor de matemática e física na escola do mosteiro de Engelberg, na Suíça, é reconhecida a invenção dos medidores eletromagnéticos de fluxo. Ele publicou, em 1941, um trabalho intitulado “Methode Zur Elektrischen Geschwindigkeitsmessung Von Flüssigkeiten” (Método Elétrico para a Medição da Velocidade em Líquidos).
E mais:
Para não alongar muito, sugerimos este artigo sobre a contribuição tanto histórica quanto atual da Igreja ao conhecimento científico do mundo: Harmonia entre a Ciência e a Igreja, de Alexandre Zabot, que é físico, doutor em Astrofísica, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e católico.
MAS…
Apesar de toda a contribuição da Igreja nos diversos campos científicos e culturais, do filosófico ao psicológico, do social ao literário, do artístico ao jurídico, do médico ao astronômico, do químico ao físico, do musical ao pedagógico (e poderíamos continuar detalhando longamente…), ainda é grande (e surpreendente) o número de laicistas intelectualmente desonestos que teimam em pré-julgar uma Igreja que sequer conhecem – muito em desacordo com seu próprio mantra de se livrar de boatos infundados em vez de engoli-los cegamente…
Ao se fecharem arrogantemente ao que não conseguem entender, esses pseudo-cientistas incorrem no mesmo dogmatismo cego que, ironicamente, atribuem à Igreja; ou, prescindindo de toda ética, se comportam como deuses e causam catástrofes criminosas em nome de uma ciência que não passa de ideologia irresponsável; ou se alinham à prepotência eugenista do nazismo; ou deixam de enxergar a beleza que vai muito além da estreitez dos seus conceitos anticientíficos disfarçados de progresso humano – e propõem genuínas barbaridades.
Ah, mas e Galileu? Aqui. E a Inquisição? Aqui. E as Cruzadas? Aqui. E… e… e…
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