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Sou uma pediatra. Isso é o que fiz quando um paciente me disse que ele era uma menina

“Parabéns, é um menino!” ou “Parabéns, é uma menina!”. Sendo pediatra há quase 20 anos, é assim que a maioria das minhas relações com os pacientes começam. Nosso corpo revela nosso gênero.
O gênero biológico não é atribuído, mas determinado na nossa concepção pelo nosso DNA e replicado em todas as células do nosso corpo. E é binário – ou você tem um cromossomo Y e será um macho ou você não tem e será uma fêmea. Existem pelo menos 6,5 mil diferenças genéticas entre homens e mulheres. Hormônios e cirurgias não podem mudar isso.

Mas a identidade não é biológica, é psicológica. Tem relação com o que se pensa e o que se sente. Pensamentos e sentimentos não têm uma conexão biológica. Nossos pensamentos e sentimentos podem estar factualmente certos ou errados.

Se eu entrar no consultório do meu médico e falar “Oi, eu sou a Margaret Thatcher”, meu médico vai dizer que estou com problemas psicológicos e me dar remédios para isso. Se, por outro lado, eu entrar e afirmar que sou um homem, ele diria “Parabéns, você é transgênero”.

Se eu dissesse, “Doutor, eu sou suicida porque sou uma amputada presa dentro de um corpo normal, por favor, tire a minha perna”, eu seria diagnosticada com um transtorno de identidade de integridade corporal. Mas se eu falar que sou um homem e pedir uma mastectomia, meu médico vai fazer isso. Veja: se você quiser tirar uma perna ou um braço, você tem uma doença mental. Se você quiser tirar seios ou seu pênis, você é um transgênero.

Ninguém nasce transgênero. Se a identidade de gênero estivesse conectada ao nosso cérebro antes do nascimento, gêmeos idênticos teriam a mesma identidade de gênero sempre. Mas eles não têm.

Eu tive um paciente que vamos chamar de Andy. Entre três e cinco anos de idade, ele brincou cada vez mais com meninas e brinquedos de meninas, dizendo que era uma menina. Indiquei uma psicóloga para os pais dele. Às vezes uma doença mental de um dos pais ou abuso infantil são fatores para comportamentos desse tipo, mas normalmente a criança tem uma percepção falsa da dinâmica familiar e internaliza, portanto, uma crença falsa.

No meio de uma das sessões, Andy largou o caminhão de brinquedo, pegou uma Barbie e disse “Mamãe e papai, vocês não me amam quando sou um menino”. Quando Andy tinha 3 anos sua irmã com necessidades especiais nasceu, exigindo muita atenção dos pais. Andy interpretou de outra forma: “Eles amam meninas. Se eu quiser ser amado, tenho que ser uma menina”. A terapia de família ajudou esse caso.

Hoje, os pais de Andy ouviriam que “Andy é assim. Vocês devem garantir que todos o tratem como menina ou ele vai se suicidar”. Quando ele se aproximasse da puberdade, especialistas lhe dariam remédios para desacelerar o processo para que ele continuasse se comportando como uma menina.

Não importa que esses remédios não tenham sido testados em crianças biologicamente normais. Não importa que eles são usados para tratar câncer de próstata em homens ou problemas ginecológicos em mulheres e que frequentemente causam problemas de memória. Não precisamos de testes. Precisamos parar o desenvolvimento físico dos pacientes agora, ou eles vão se matar.

Mas isso não é verdade. Ao contrário: muitas crianças que apresentam confusões de gênero melhoram naturalmente com as mudanças da puberdade. Mas nós castramos quimicamente as crianças com problemas de gênero com remédios que param a puberdade. Depois esterilizamos vários deles permanentemente com hormônios do sexo oposto, o que aumenta a chance de doenças cardíacas, derrames, diabetes, câncer e até problemas emocionais.

P.S. Se uma menina que insiste ser um homem toma testosterona diariamente por um ano, ela está livre para fazer uma mastectomia aos 16 anos. Recentemente a Academia Americana de Pediatria publicou um relatório que pede que os médicos alertem os adolescentes sobre tatuagens por serem permanentes e poderem causar cicatrizes. Mas a mesma instituição apoia que meninas de 16 anos possam tirar os seios, mesmo sem consentimento dos pais, desde que insistam que são homens e estejam tomando testosterona diariamente por um ano.

Doutrinar todas as crianças desde a pré-escola com a mentira que elas podem estar presas no corpo errado corrompe toda a fundação dos testes de realidade infantis. Se eles não podem confiar na realidade de seus corpos físicos, em quem ou no que podem confiar?

A ideologia transgênero nas escolas é um abuso psicológico que frequentemente guia as crianças para castração química, esterilização e mutilação cirúrgica.

Michelle Cretella é presidente do American College of Pediatricians, uma organização nacional de pediatras e outros profissionais de saúde dedicados à saúde e ao bem-estar das crianças.

Tradução de Gisele Eberspächer


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