Capela de Santa Thereza na antiga Colônia Militar
História Memória

Alfredo Wagner em 1907/1908

Você já parou para imaginar como era o município há anos atrás? 100, 200, 1.000 anos?

Impossível, dirá algum leitor! Sim, será meio que impossível se você não tiver os elementos para imaginar como era o passado, mas… se estes elementos estiverem disponíveis, você poderá fazer uma ideia do passado da Capital Catarinense das Nascentes.

Um dos elementos que uso para imaginar o passado é a pesquisa em jornais antigos que sempre trazem informações excelentes para quem ama história.

Numa destas pesquisas deparei-me com dois Mapas Estatísticos publicados em 1907 e 1908, portanto, 110 anos atrás.

Já não eramos mais Colônia Militar e fazíamos parte do Município de Palhoça. Santa Thereza era o topônimo e a extensão hoje ocupada pelo município era dividida entre o distrito colonial e as terras da Companhia Colonização e Indústria de Santa Catarina, dividida em 3 distritos: o 1º formado por Picada, Quebra-dentes, Rio Serra e Rio Adaga. O 2º distrito era formado por Rio Águas Frias, Rio Caeté e Estrada Nova, sendo o 3º distrito formado por Jararacas e Rio Itajaí do Sul.

A ex-colonia militar ficou formada pela sede da ex-colonia e pelo  Distrito Militar. Em 1908 aparece, como o leitor poderá ver, a “Posse dos Muniz”.

Essa nomenclatura muda em 1908, pois Estrada Nova passa a ser Lomba Alta e Jararacas se torna Rio Jararaca e Rio Engano.

Note-se que Santa Thereza praticamente correspondia aos limites do que hoje é Alfredo Wagner. Este nome perdurou por algum tempo, provavelmente mais uns vinte anos até o momento em que Barracão passou a se destacar e assumir a liderança política e religiosa do futuro município.

Em 1907 a população era de 1578 pessoas pertencentes a 301 famílias. Para atender a todos haviam 2 igrejas e 3 escolas em 1907 e 4 em 1908.

40 moradores se dividiam entre as seguintes profissões: cortidores, marceneiros, ferreiros, funileiros e bombeiros. Sapateiros e negociantes tinham mais representantes: 11 e 16 respectivamente. Não são mencionados os colonos, ou pessoas que vivessem exclusivamente da agropecuária. Com certeza, o restante da população adulta que não estava envolvida diretamente com as profissões mencionadas, exerciam a agricultura como fonte de renda principal.

Por falar em agricultura, o que se produzia aqui no Município há 110 anos atrás?

Erva-mate, 69 arrobas (1 ARROBA 14,687 kg)

Batatas, 949 sacos

Toucinho e Banha, 4.753 arrobas

Fumo, 524 arrobas

Açúcar, 826 arrobas

Farinha de Mandioca, 4.154 sacos

Milho, 10.200 sacos

Centeio, 190 sacos

Trigo, 54 sacos

Feijão, 812 sacos

Aguardente, 647 medidas

As “fabricas” eram 39 engenhos de farinha e 37 engenhos de cana; 11 tafonas e 5 alambiques.

Como podemos ver por esta descrição, a terra era produtiva, o povo trabalhador e dedicado. O momento para se tornar um Município ainda demoraria 57 anos, mas foi um período de maturação e de unificação que trouxe em 21 de Dezembro de 1961 a realização da maturidade política.

Vamos aos Mapas? Um esclarecimento: Os antigos chamavam “Mapas” as planilhas com o detalhe de algum relatório, seja populacional, de produção, militar, etc. Apresento, portanto, os dois mapas, um de 1907 e outro de 1908.

 

 

 

 


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