ABERTURA DO PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DE MONSENHOR DOMINGOS EVANGELISTA PINHEIRO
No próximo dia 15 de setembro de 2018, haverá a celebração Eucarística, seguida da Solenidade de Abertura do Processo de Beatificação do Servo de Deus Domingos Evangelista Pinheiro.
Este evento de grande valor religioso terá início às 14h20 min, e contará com cerca de 2.000 devotos no Santuário Basílica de Nossa Senhora da Piedade, situada no alto da Serra da Piedade, na Cidade de Caeté – MG.
A Celebração Eucarística será presidida por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, estando presentes a Superiora Geral da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, Madre Teresa Cristina Leite; o Postulador Geral da Causa dos Santos, enviado pelo Vaticano, Dr. Paolo Vilotta e autoridades civis e eclesiásticas.
Ao final da Celebração Eucarística, os restos mortais do Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro serão deslocados para o Recanto Monsenhor Domingos, localizado ao sopé da Serra da Piedade, Caeté, MG. Neste local, após bênção solene, os fiéis poderão expressar suas orações e homenagens ao Servo de Deus.
Contato de Imprensa Irmã Jéssica Luana de Souza (21)98352-1472 Irmã Juliana Pereira dos Santos (21) 98485- 4790
Domingos Evangelista Pinheiro
Breve biografia Monsehor Domingos Domingos Evangelista Pinheiro (1843-1924)
Na cidade de Caeté, situada no sopé do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, dia 21 de julho de 1843, nasceu Domingos Evangelista Pinheiro.
Seus pais, Capitão João Evangelista Pinheiro e sua mãe Isabel Florentina da Mata e Silva, tiveram sete filhos.
Bem de frente a Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso e perto de sua casa, algo inquietava o coração de Domingos, o ” Pelourinho do Poder, local onde foram sacrificados nossos irmãos ‘negros’, que derramaram o seu sangue inocente sem conhecerem a liberdade humana suplantadna injustiça da escravidão”. Nesses postes de pedras os escravos e presos eram acorrentados, castigados e multilados.
As chicotadas e os açoites se misturavam com cantos e orações vindos da Igreja. Aquele sofrimento em praça pública era uma afronta ao próprio Deus, pois o coração de Deus batia naquela humanidade que ali era torturada.
Mesmo sendo criança , Domingos sofria ao ler as vidas nas ruas. Ele via, ouvia e sentia o olhar das mães a chorarem por seus filhos; acompanhava as vidas vendidas e as histórias roubadas; lamentava no peito os sangues pisados e os pensamentos torturados. E para aquietar sua cabeça, retirava-se para a beira do rio, passava horas sentado nas pedras a contemplar mulheres negras, piedosas que enquanto lavavam roupas cantavam o cântico de Nossa Senhora: ” No céu, quando, ó Rainha, poderei, poderei te amar? No céu, quando, ó Maria, me darás, me darás um lugar! A terra é um exílio de dor e provação, mas encontro abrigo no teu coração.”
Essas singelas melodias à Virgem, esse cântico de misericórdia, suscitaram-lhe o desejo de ser Padre.
Com pouca saúde, em 1859, com quinze anos de idade, inscreveu-se no Seminário de Mariana. Devoto de Nossa Senhora da Piedade e cheio de alegria, ofereceu sua adolescência a Deus para mirrar as dores humanas e promover a vida. Sua ordenação aconteceu no dia 17 de janeiro de 1869. Sua primeira missa foi celebrada em cinco de fevereiro de 1869.
Fundou uma Irmandade para cuidar do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, atual Padroeira do Estado de Minas Gerais, abriu o Asilo Luis, em 1875, para cuidar das órfãs e filhas de escravos, fundou a Romaria ao Santuário Nossa Senhora da Piedade; realizava missões semanais incentivando a devoção a São José e foi Guardião do Santuário.
Sua missão, enquanto padre, foi crescendo e sendo grande devoto de Nossa Senhora da Piedade, em 1892, fundou a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. Monsenhor fundou a Congregação com doze jovens, sendo que algumas delas eram negras e filhas de escravos. Abriu hospitais, asilos, colégios e orfanatos.
Pe. Domingos era conhecedor do coração humano e sempre dizia que: “No confessionário, no púlpito e na direção das almas o segredo do êxito está em levá-las pelo amor a Deus e não pelo temor.
Como reconhecimento, a tanta benemerência, a Santa Sé honrou-lhe com o título de monsenhor. Em 1905, o papa Pio X referiu-se a ele, destacando sua integridade, tenacidade, zelo religioso para com o ministério, atividade missionária, labor e cuidado em favor dos pobres, dos órfãos e dos enfermos.
” Monsenhor Domingos sofria sempre dores de cabeça ocasionada pelas dificuldades que lhe sobrevinham; lutavae permanecia com as mãos em ato de súplica como que implorando da Divina Providência para tirá-lo dos apuros.
Em 1920 Monsenhor já se achava bem fraco e sentia dores em uma das pernas, e para andar, algumas vezes precisava ser auxiliado. Assim passou alguns tempos, e em 1923, ele ficou entrevado e mais de um ano acamado, ora assentado, ora recostado e sempre com uma medalha de São José, fechada nas mãos e quando as Irmãs aproximavam de seu leito, ele dava a medalha para beijarem. Repetia sempre que São José tinha feito um milagre para ele. Quando em uma viagem a Caeté, na descida dos mundéus, ele puxou tanto as rédeas do animal que este ia despenhar -se no abismo e quando ele viu o perigo disse: São José é agora, e nesse momento desviou-se do perigo”.
Finalmente, depois de evocar muitas e muitas vezes os Santísssimos nomes de Jesus, Maria e José, o Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora da Piedade, no dia 06 de março, de 1924, Monsenhor entregou seu espírito a Deus.
No seu velório vinha enorme romaria que circundava o esquife onde inerte estava o corpo do sacerdote. A igreja ficou superlotada e todos queriam beijar os pés do Monsenhor, como a sua derradeira despedida. Lá estava ele, apesar da rigidez cadavérica, numa fisionomia extremamente simpática, branco como cera, olhos cerrados, emoldurado numa bela cabeça de cabelos alevantados e alvíssimos.
Os restos mortais do Servo de Deus encontram-se na capela de São Luís Gonzaga da comunidade da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade em Caeté-MG, Brasil.
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