Alfredo Wagner, a Capital Catarinense das Nascentes, completa 58 anos de emancipação política, dia 29 de Dezembro de 2019, tendo sido desmembrada de Bom Retiro.
A história, porém, é muito mais antiga e ela registra que o tempo deixou sinais de um passado muito, mas muito remoto. Temos publicado diversos artigos sobre nossa história e hoje queremos fazer apenas um resumo muito rápido.
No Museu de Arqueologia da Lomba Alta, uma peça chama a atenção pela antiguidade: uma palmeira primitiva de mais de 300 mil anos, petrificada. Não só isso! Por aqui passaram répteis pré-históricos, cujos fosseis foram encontrados em terras alfredenses, demonstrando que por aqui passaram dinossauros. Índios de diversas tradições, há mais de 3 mil anos circularam poe estas terras deixando as marcas de sua passagem.
A história, porém, só começou a ser registrada, quando o homem civilizado passou por aqui.
Um republicano lageano, tendo fugido devido a revezes na revolução organizada nos anos de 1840 no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, veio se esconder nestas terras e tendo desistido de implantar a República no Sul do Brasil, resolveu pedir ao Império as terras que hoje fazem parte de Bom Retiro e Alfredo Wagner. Nos jornais antigos encontramos diversas publicações legais dando conta da reivindicação dos herdeiros de Serafim Muniz de Moura, o republicano, das terras pertencentes ao patriarca.
Este lageano pioneiro, Serafim Muniz de Moura, provavelmente, foi o primeiro a estabelecer uma ligação entre Lages e a capital da Província, Desterro. Uma curiosidade interessante que descobri, também em jornais antigos, na Colônia Militar Santa Thereza, por regulamento, eram proibidos possuir escravos, entretanto, nas terras do republicano Serafim haviam 4 escravos registrados.
O trajeto passou a ser frequentado por tropeiros e soldados, levando o Império a criar uma Colônia Militar para proteção contra o ataque de índios, normalmente instigados por bandidos e renegados.
Assim, com decreto rubricado pelo Imperador Dom Pedro II criou-se a colônia nas proximidades do Morro do Trombudo, no ano de 1853, tendo sido, no ano seguinte, transferida para as margens do Rio Itajaí do Sul, onde atualmente se encontra a comunidade de Catuíra.
A Colônia Militar dedicada a Santa Thereza prosperou chegando a ter mais de 500 famílias. Seus produtos chegaram a ser levados para a Exposição Internacional de Baltimore, nos Estados Unidos, ocasião em que contou com a presença do próprio Imperador.
O golpe militar que implantou a República, mudou o destino da florescente colônia. Era preciso, assim pensavam os golpistas, apagar as lembranças do sucesso do Império do Brasil, por isso, foram enviados pesquisadores que buscasse alternativas para desviar a estrada, futura BR 282, que passava pela Colônia, transferindo-a para um trajeto bem maior, passando pela comunidade do Barracão.
O Município de São José, ao qual fazia parte a Colônia Militar Santa Thereza, por ordem do governo republicano, foi picotado, ficando reduzido a poucas terras, passando as comunidades e distritos a pertencer a Palhoça. Outra divisão, posteriormente, nos juntou a Bom Retiro até a emancipação do município.
A Câmara Municipal de Bom Retiro, assim como a Câmara de Santo Amaro e da Palhoça, sempre contou com um ou dois vereadores pertencentes às terras que hoje fazem parte de Alfredo Wagner. Quando o Governo Federal estudou a possibilidade de criar novos municípios, os vereadores começaram uma articulação política para a emancipação. A Arquidiocese de Florianópolis havia criado 3 anos antes a Paróquia Bom Jesus composta pelas comunidades que, depois, formariam o novo município. Após estudos na Câmara de Vereadores de Bom Retiro, definindo as comunidades que fariam parte e as divisas, foi aprovada a criação de Alfredo Wagner, cujo nome foi escolhido para homenagear um cidadão honrado, honesto e trabalhador que adotou estas terras para sua morada, Alfredo Henrique Wagner, já falecido na ocasião e patriarca de grande e laboriosa família.
Tendo a Câmara de Vereadores de Bom Retiro aprovado o desmembramento e a criação do município, coube ao Presidente da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, assinar o Decreto nº criando o Município de Alfredo Wagner.
A história da Capital Catarinense das Nascentes é muito rica; seu povo é glorioso por um passado de lutas e vitórias; sua cultura é exuberante pela mistura de povos e etnias; sua gastronomia é deliciosa pela mistura de sabores das diversas nações que colaboraram para sua construção.
PARABÉNS ALFREDO WAGNER, QUE O SENHOR BOM JESUS E NOSSA SENHORA DO SORRISO TE ABENÇOE E A TEU POVO TRABALHADOR!
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