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Ciência da doença de Parkinson dá uma reviravolta surpreendente

Redação do Diário da Saúde

Ciência da doença de Parkinson dá uma reviravolta surpreendente
Os neurônios cerebrais também sofrem de senescência, comportando-se como “células zumbis”. [Imagem: Markus Riessland et al. – 10.1016/j.stem.2019.08.013]
Células zumbis

Em condições neurodegenerativas, como a doença de Parkinson, um grupo específico de neurônios começa a morrer um a um, causando problemas de movimento e outros sintomas. Os cientistas há muito se concentram em descobrir por que esses neurônios morrem.

Mas toda essa abordagem agora sofreu uma reviravolta radical: Esses neurônios envolvidos com as demências podem nem estar mortos.

Acontece que os neurônios afetados na doença de Parkinson podem desligar-se, sem morrer completamente, permitindo que eles também desliguem as células vizinhas.

Markus Riessland e seus colegas da Universidade Rockefeller (EUA) descobriram que esses neurônios mortos-vivos – eles os chamam de “neurônios zumbis” – liberam substâncias químicas que também desativam seus vizinhos saudáveis, levando aos efeitos de “travamento” motor tipicamente observados nos pacientes de Parkinson.

Esta descoberta dá aos cientistas uma melhor compreensão de como a condição causa estragos no cérebro, bem como leva a novas ideias para novos tratamentos.

Senescência celular

Células mortas-vivas não são exatamente uma novidade – de fato, elas são bastante comuns, encontradas em todo o corpo. Como parte de um processo normal, chamado senescência, as células podem se “desligar” quando reconhecem que sofreram um dano ao DNA durante a divisão celular. Isso ajuda a impedir que células danificadas cresçam incontrolavelmente, causando problemas como o câncer.

Contudo, não é comum observar a senescência nas células nervosas do cérebro. Ao contrário de outras células do corpo, os neurônios cerebrais param de se dividir quando estão completamente formados.

Mas Riessland descobriu que, surpreendentemente, os neurônios da dopamina, que regulam a motivação, a memória e o movimento ao produzir dopamina por meio de um mensageiro químico, podem também tornar-se senescentes.

Isso pode explicar um dos mistérios do mal de Parkinson: Por que os níveis de dopamina diminuem bem antes que os neurônios da dopamina no cérebro médio realmente morram?

“Eles perdem a função de um neurônio mesmo estando lá,” disse Riessland. “As pessoas chamam essas células senescentes de células zumbis porque elas são mortas-vivas, basicamente, e porque sua aparência de estar morta se espalha [pelo cérebro].”

Checagem com artigo científico:

Artigo: Loss of SATB1 Induces p21-Dependent Cellular Senescence in Post-mitotic Dopaminergic Neurons
Autores: Markus Riessland, Benjamin Kolisnyk, Tae Wan Kim, Jia Cheng, Jason Ni, Jordan A. Pearson, Emily J. Park, Kevin Dam, Devrim Acehan, Lavoisier S. Ramos-Espiritu, Wei Wang, Jack Zhang, Jae-won Shim, Gabriele Ciceri, Lars Brichta, Lorenz Studer, Paul Greengard
Publicação: Cell Stem Cell
DOI: 10.1016/j.stem.2019.08.013


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