As empresas catarinenses também assumiram seu papel no combate à pandemia causada pelo novo coronavírus. Para reforçar essas ações, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) destinou R$ 500 mil a produtos de uso imediato. Foram aprovadas cinco propostas que apresentam soluções para higienização de ambientes, equipamentos de proteção, insumos para testes de medicamentos e suporte para tratamento de pacientes. O resultado final da chamada pública 07/2020 foi divulgado no site da fundação (www.fapesc.sc.gov.br).
Foram submetidas 46 propostas de diferentes setores produtivos. As soluções aprovadas contemplam a saúde e a higienização de ambientes. Uma delas está relacionada à proteção social, que é a empresa de Florianópolis Incentiv – Impacto Social & Incentivos Fiscais. A companhia desenvolveu o “Monitore-SC: CovidZero, ferramenta que disponibilizará uma lista de projetos sociais que podem receber doações. Os interessados em contribuir poderão acompanhar em tempo real a captação de recursos e o uso do dinheiro, dando maior transparência aos resultados. A ação receberá fomento de quase R$ 81 mil da Fapesc.
Em seguida, vem o equipamento de proteção criado pela DBM Engenharia e Desenvolvimento Científico, de Joinville. A empresa produziu um filtro polimérico (em formato de cilindro) com partículas de nanoprata, que fazem barreira extra contra o novo coronavírus. Esse recurso pode ser inserido nas máscaras dos profissionais da saúde, aumentando a proteção durante a pandemia. Para essa melhoria, a fundação destinou quase R$ 99 mil à empresa.
Já a Brava Biosciences, de Florianópolis, criou um sistema para proteção, suporte e monitoramento de pessoas com Covid-19 em estado grave. O IDCOS (Infectious Disease Containement and Support System) é destinado a hospitais para gerenciamento de todas as informações, desde a quantidade e a qualidade de oxigênio necessárias aos pacientes até os sinais vitais dos pacientes, que podem ser acessados remotamente por médicos e enfermeiros. A ferramenta contará com R$ 95 mil aprovados em edital.
Na linha de equipamentos, a empresa CECBRA, de Jaraguá do Sul, vai começar a testar, junto à equipe do Laboratório de Virologia Aplicada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um protótipo que usa radiação ultravioleta para higienizar ambientes. O sistema será capaz de emitir automaticamente luz com vapor de cloreto de benzalcônio (produto para esterilização de baixo custo) para desinfetar hospitais e ambulâncias de forma rápida e eficiente contra o novo coronavírus. Assim, profissionais da saúde e a equipe de limpeza estarão mais protegidos. A Fapesc destinou quase R$ 90 mil para o projeto.
E por fim, a empresa de Florianópolis Biocelltis, especializada na produção de pele humana in vitro, irá receber R$ 95 mil para desenvolver tecido pulmonar em 3D. O material servirá para testes contra a Covid-19, dispensando estudos diretamente em humanos nas fases iniciais de análise de novos medicamentos. A empresa também foi uma das vencedoras do último Prêmio Inovação Catarinense, realizado pela Fapesc.
Desafio para o setor empresarial
O presidente da fundação, Fábio Zabot Holthausen, destaca o incentivo dado às empresas de Santa Catarina para que apresentassem soluções no enfrentamento à pandemia. “A partir da crise da Covid-19, fizemos um desafio para o setor empresarial que, prontamente, aceitou auxiliar e também aproveitou a oportunidade gerada”, explica.
“Tivemos uma diversificação de propostas muito boas. As empresas foram muito ativas para isso”, complementa o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Amauri Bogo.
Mais um edital de combate ao novo coronavírus
A Fapesc também divulgou recentemente o resultado do edital 06/2020, destinado às instituições de ensino e pesquisa. Foram aprovados cinco projetos.
Entre os contemplados estão estudos para novos testes rápidos, a ativação de um laboratório para realização de testes dos casos, avaliação da vacina da poliomielite para prevenção e redução dos sintomas da doença, desenvolvimento de um sistema de telemedicina, além de um mapeamento do genoma do vírus e a disseminação em Santa Catarina. Cada pesquisa irá receber cerca de R$ 100 mil.
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