O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao lançar o Plano Nacional de Imunização, afirmou que a vacinação contra a covid-19 deve ser iniciada no país em “meados de fevereiro”. Porém, para este cronograma realmente funcione os dois laboratórios nacionais que participam do desenvolvimento de vacinas, Fiocruz e o Instituto Butantan, devem apresentar ainda em dezembro os dados finais de pesquisa de seus imunizantes e pedir o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Se conseguir manter o planejado do Butantan e Fiocruz, de apresentar fase 3 dos estudos, e toda a documentação de fase 1 e 2, ainda em dezembro à Anvisa, aí teremos janeiro para a análise da Anvisa e possivelmente em meados de fevereiro para frente estejamos com essas vacinas recebidas e registradas para iniciar o plano“, disse Pazuello.
A Fiocruz deve produzir no Brasil a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Mas os pesquisadores responsáveis já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro.
O Butantan trabalha para o registro da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, ainda neste mês. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirma que os dados finais sobre esta vacina serão entregues em 23 de dezembro à Anvisa.
Em entrevista nesta quarta-feira, após apresentar o plano nacional de vacinação, o ministro afirmou que só pode apontar data para começo da campanha após o registro do produto na Anvisa.
No plano nacional, a Saúde afirma que, após ter as vacinas em mãos, consegue enviar em até cinco dias o produto para os Estados e o Distrito Federal, que devem repassar aos municípios, etapa que tem “prazo variável”. “Até então temos o ‘se’, que vai ganhando corpo, vai se fortalecendo para virar um fato. Registrado em entregue em fevereiro, iniciamos no mais curto prazo. Há possibilidade de ser registrado ontem? Não. Vai fazer registro em 1 dia? Não. Não está registrado em nenhuma agência internacional“, disse.
Se houver registro, o imunizante poderá ser distribuído a todos os públicos, inclusive na rede privada, mas o tempo de análise da Anvisa é de até 60 dias. A agência brasileira estima que precisará de até mais 10 dias para avaliar pedidos de uso emergencial, que podem servir apenas para aplicação no SUS, em públicos restritos, como de idosos ou profissionais de saúde.
Assista como foi a coletiva de imprensa sobre o lançamento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19
Em Santa Catarina, como será?
Já o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) após participar do evento nacional em Brasilia, lançou o plano estadual de vacinação contra o coronavírus e reforçou que o Estado estará alinhado às diretrizes do Ministério da Saúde.
O plano do governo estadual estima inicialmente a vacinação de 2,8 milhões de pessoas, pertencentes a quatro grupos prioritários definidos pelo governo federal (confira os grupos abaixo). O número equivale a 38,6% da população do Estado, hoje em 7,2 milhões de habitantes.
O plano divulgado pelo governo não cita prazos e afirma que a vacinação dos grupos prioritários ocorrerá “num primeiro momento”.
O governo estadual não cita quais vacinas serão aplicadas. O Governador do Estado informou que deve usar as vacinas que forem disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. Entretanto, até o momento, não há imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e o governo federal diz que o cronograma de vacinação depende da aprovação de um imunizante pela Anvisa.
“Estamos trabalhando em questões como insumos, como as seringas e agulhas, reforçando a nossa rede de frios para garantir o armazenamento, assim como a ampliação da rede elétrica e das salas de vacinação. Também estamos expandindo nosso quadro de vacinadores. Vamos fazer a nossa parte, que é preparar a oferta de cobertura vacinal para a população. Reforçamos também o alinhamento com o Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Imunização, cuja eficácia é mundialmente reconhecida” declarou o governador Carlos Moisés.
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