Os serviços foram chamados de “desinformação industrializada”, por estarem cada vez mais profissionais. Empresas, partidos e outros atores da sociedade passaram a utilizar contas fake e robôs, organizados em verdadeiras “tropas cibernéticas”, para propagar informações falsas.
Desinformação no Brasil
Na classificação feita pela pesquisa, o Brasil está entre os países com média capacidade de criar informação industrializada e tem grupos prontos para atacar opositores do governo. “As estratégias mais utilizadas no Brasil foram mensagens pró-governo, ataques à oposição e polarização”, diz a pesquisadora Antonella Perini, integrante do Projeto de Pesquisa de Propaganda Computacional do Oxford Internet Institute (OII).
Segundo ela, as análises apontam para uma estrutura organizada no governo federal, surgida durante a campanha eleitoral de 2018. O pico de informações falsas foi observado após a saída de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde, em 2020. Antonella diz que os principais ataques são direcionados a “jornalistas e meios de comunicação críticos ao governo, políticos e funcionários públicos”.
Ranking geral
No topo do ranking, a pesquisa indica 17 países, com alta capacidade de desinformar. As ações envolvem funcionários em tempo integral e, claro, muito dinheiro. Estados Unidos, China, Reino Unido, Rússia, Venezuela e Irã são algumas das nações na primeira colocação.
Junto do Brasil, estão outros 36 países (como Austrália, Cuba, Polônia, México, Turquia e outros) que têm capacidade média de produzir informação industrializada. Embora não estejam no topo da lista, essas localidades também empregam equipes em tempo integral e podem promover ações fora de seus territórios.
O terceiro e último grupo da lista é composto por países com baixa capacidade de propaganda computacional. As ações geralmente são observadas durante as eleições, mas são paralisadas até o próximo ciclo eleitoral. Argentina, Colômbia, África do Sul e Espanha são alguns dos 27 países nessa categoria.
Via: Estadão
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