A Política não é atividade para principiantes! Ela exige rapidez de raciocínio, jogo de cintura, capacidade de tornar mentiras em verdades e, o mais importante, convencer! Se o político não conseguir convencer as pessoas certas, seu “p” continuará minúsculo e não será um Político com “P” maiúsculo!
A pergunta que serve de título para este artigo foi feita na Folha de São Paulo de hoje, segunda feira. O doutor em Sociologia Celso Rocha de Barros é um daqueles que se convenceu que Lula é um Político com “P” maiúsculo: “a entrada de um Lula moderado na disputa eleitoral de 2022 mudou completamente o quadro político brasileiro. Lula moderado é um polo de oposição muito mais forte do que os que havia até agora.”
O sociólogo percebeu até mesmo a reação de Bolsonaro ao discurso de Lula: “foi de evidente terror” e se convenceu disso ao ver o Presidente aparecendo de máscara em live após muito tempo sem elas. Ele, o articulista, vislumbrou, inclusive, a reação dos partidários de Bolsonaro: “Não tenho nenhuma dúvida de que seu pessoal nas redes sociais notou que as declarações ponderadas de Lula sobre vacinas e máscaras foram bem-recebidas pelo público.”
O artigo de Celso Rocha de Barros merece ser lido na íntegra, deixamos o link aí em cima, pois ele revela alguém realmente convencido, como mencionei no primeiro parágrafo. Uma das condições, sine qua non, indispensáveis para definirmos o verdadeiro político: a capacidade de convencer.
Sua análise sobre o hoje de Bolsonaro é até risível, mas põe o dedo na chaga e remexe sem compaixão: “Seria maravilhoso se a ameaça Lula forçasse Bolsonaro a finalmente começar a se comportar como presidente da República, mas talvez seja tarde demais. Se Jair acordou na quinta-feira decidido a se comportar como um estadista responsável para derrotar Lula, imediatamente deve ter percebido que o Jair de 2020 não comprou as vacinas que um Jair responsável de 2021 teria que aplicar. Como a única outra alternativa de combate à Covid-19, o lockdown, prejudicaria o Jair candidato de 2022, não sobrou nada de responsável para qualquer Jair fazer no Brasil da pandemia.”
Um sociólogo costuma elaborar suas conjecturas a partir de diversos fatores. Um deles é o calhamaço de teorias e teses defendidas por sociólogos mais bem posicionados na hierarquia sociológica. Para galgar novos degraus será preciso repercutir o que eles falam. Outros fatores que auxiliam na elaboração de suas afirmações está o acompanhar do desenvolvimento do pensamento humano.
Nem sempre, um sociólogo necessita de grande quantidade de fatos, basta as vezes, pequenos sinais, como o uso da máscara por exemplo, e a teoria nasce com direito a certezas. E estas certezas devem ter a capacidade de convencer que são verdades.
Ao Lula moderado, o doutor em sociologia pela Oxford, contrapõe um Bolsonaro agressivo e imprevisível: “A única certeza sobre isso tudo é que Jair Bolsonaro não perderá eleição para agradar a turma de Guedes. Mas a maior certeza sobre o que Bolsonaro fará agora que a competição eleitoral ficou mais acirrada é que jogará muito, muito sujo. Causará estrago enorme ao Brasil. Voltará a ameaçar golpe de Estado —já o fez na live de quinta-feira— aparelhará as Forças Armadas, destruirá a credibilidade de órgãos públicos, atacará a imprensa livre, disseminará notícias falsas, incentivará o conflito e a instabilidade social, enfim, fará o Brasil pagar o preço de não tê-lo impichado.”
Previsões assustadoras de alguém convencido de que realmente Lula é moderado?!
E nosso Presidente Jair Bolsonaro, saberá convencer tanto quanto o Lula convenceu? Será ele também um político de “P” como seu principal adversário nas urnas em 2022?