O uso de produtos agrotóxicos formulados a partir do ingrediente ativo Fipronil será restringido em Santa Catarina, ficando proibida sua aplicação nas formas que envolvam o uso foliar deste produto. A decisão, publicada semana passada no Diário Oficial do Estado, foi discutida ao longo de dois anos, em sucessivas conversas entre a equipe técnica da Cidasc e representantes de produtores rurais, fabricantes de agrotóxicos, setor cooperativista e outros, antes de ser aprovada pela diretoria da Cidasc. Também houve reunião sobre o tema com membros do corpo técnico da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa.
Em todas estas ocasiões, foram apresentados os argumentos técnicos que embasam a resolução. O documento analisado pela diretoria da Cidasc detalha como o Fipronil pode atingir as abelhas. A literatura especializada indica que o uso foliar do produto (aplicação sobre a lavoura já em fase de crescimento) é prejudicial às abelhas, devido ao contato delas com o pólen das plantas tratas e ao contato direto dos polinizadores com os produtos. Este resíduo é levado para a colmeia, contaminando outras abelhas e afetando toda a colmeia.
A Cidasc investiga todos casos de mortandade de abelhas, para verificar a possível causa do problema. Naqueles em que há relação com uso de agrotóxicos, a substância identificada foi sempre o Fipronil. O gestor da Divisão de Fiscalização de Insumos Agrícolas, Matheus Mazon Fraga, destaca que a proteção das abelhas é primordial para a produção agropecuária catarinense. “Somos os maiores exportadores de mel do Brasil, com mel premiado internacionalmente por sua qualidade. Ainda temos que considerar o mais importante, que é o trabalho ecológico das abelhas, na polinização. Sem elas é impossível produzir maçã, pêssego, ameixa e tantas outras culturas em nosso estado”, destaca o engenheiro agrônomo.
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