“Parques químicos estão simplesmente sendo fechados, desligados. A situação é descrita como crítica pelos fornecedores chineses“, destacou em relatório a CCAB
As restrições de energia em províncias da China, decretadas pelo governo, já começam a afetar a produção de defensivos, segundo aponta um relatório da empresa agroquímica CCAB, ligada ao Grupo InVivo, no qual o Notícias Agrícolas teve acesso.
“Os preços do fósforo amarelo dobraram entre 1º e 15 de setembro e causaram falta de matéria prima para produtos importantes como Glifosato, Acefato, Malathion“, destaca um trecho do comunicado. “Grandes aumentos de preços e cancelamento de embarques são esperados”.
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, pelo menos 15 empresas chinesas listadas produtoras de alumínio e produtos químicos a tintas e móveis, tiveram que interromper a produção nos últimos dias em decorrência dos cortes.
“O governo chinês com base no consumo de cada província as classificou em zonas vermelha, amarela e verde“, explica a empresa.
De acordo com a CCAB, a província de YunNan, maior produtora de fósforo amarelo na China, recebeu redução de 90% na disponibilidade de energia. Assim como diversos outras províncias importantes do país.
“Os impactos para o agro brasileiro são devidos a algumas fábricas de importantes produtos e matérias-primas estarem em províncias classificadas em vermelho como YunNan e Jiangsu por exemplo. Parques químicos estão simplesmente sendo fechados, desligados“, disse a CCAB.
“Já com elevados custos, o glifosato pode subir ainda bem mais. Analistas já dizem que o produto que hoje apresenta aumento de 233% quando comparado ao preço do ano passado, pode chegar nas próximas semanas a um novo pico, atingindo novo aumento de até 70% sobre condições atuais“, alerta outro trecho do documento.
Empresas do país já começam a rever suas metas anuais de produção diante do cenário, além de preocupações anteriores relacionadas com a logística em meio impactos da Covid-19.
A escassez de energia afeta a produção de importantes insumos chineses desde junho, segundo a Reuters, porém, se intensificou nas últimas semanas com o início de novas medidas ambiciosas para controlar as emissões.
“As autoridades provinciais intensificaram a fiscalização das restrições às emissões depois que apenas 10 das 30 regiões conseguiram atingir suas metas de energia na primeira metade do ano, enquanto nove províncias e regiões aumentaram seu consumo de energia anualmente“, reportou a Reuters.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal planejadora econômica de Pequim, disse nesta sexta-feira (24) que estava trabalhando para resolver a escassez de energia que afeta a produção.
Veja o comunicado na íntegra emitido pela CCAB:
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