Foto: Raphael Carrasco/JP
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Produzindo mel, no quintal de casa

Texto e foto: Raphael Carrasco do Jornal de Pomerode

Pomerodense, morador do Centro, fez sua primeira extração de mel em sua casa e fala sobre a experiência

Uma surpresa na hora de fazer a primeira extração do mel, no quintal de casa. Foi em um fim de semana que a família Weiss, resolveu dar uma “olhadinha” nas caixas de abelhas Jataí para ver como estava a produção do alimento, dentro da própria residência.

Cerca de um quilo e meio de mel foram extraídos, o que rendeu um pote de vidro grande e um menor. A pequena atividade de apicultura na casa é feita por Silvério Weiss, que resolveu investir na técnica, há cerca de um ano e meio. Na residência, localizada no Centro da cidade, Weiss iniciou com as abelhas Jataí, que não possuem ferrão, são mansas e fáceis de criar.

Em um dia, teve uma vez que encontrei um enxame dessas abelhas Jataí, dentro de um armário. Foi por um acaso e então acabei pegando uma caixa, coloquei dentro e elas começaram a migrar para a caixinha e a partir dali comecei a tomar gosto pela coisa. Agora, são seis caixas, duas de Jataí, três de abelhas mirins e uma que ainda não reconheci a espécie”, comenta.

Weiss ainda tem contato com a apicultura em seu sítio, com as abelhas rainhas. Porém, a maior surpresa foi mesmo com a primeira extração, no Centro da cidade.

Quando eu abri as caixas da Jataí, eu fiquei surpreso, pois o mel estava quase transbordando. Depois ter passado o mel pela peneira e pesado, vi que deu mais de um quilo, realmente eu não acreditei no que estava vendo, já que a produção nossa é muito pequena”, explica.

O apicultor também conta que aprendeu as técnicas com Tibério Dalcanale, de Rio dos Cedros e com o pomerodense Armelindo Glassenap. Agora, com o sucesso da primeira extração, Weiss conta que pretende se dedicar ainda mais à atividade.

Com certeza, eu quero aumentar a produção. Vou comprar mais caixinhas e pretendo me dedicar ainda mais à apicultura. Gosto muito da atividade, pois você também aprende a importância que as abelhas têm para a natureza e consigo entender o quanto elas são fundamentais para o meio ambiente”, finaliza.

A abelha Jataí

A criação de abelhas Jataí (Tetragonisca angustula) tem se firmado como uma boa opção aos meliponicultores. A Jataí tem algumas vantagens sobre as africanizadas ou europeias, pertencentes à família Apis: é uma abelha bastante rústica, que tem grande capacidade para fazer ninhos e sobreviver em diferentes ambientes, inclusive em zonas urbanas.

A Jataí utiliza os mais variados locais para nidificação. Isso promoveu sua adaptação, inclusive ao meio urbano, o que não ocorreu com a maioria das espécies de abelhas nativas, exclusivas nidificadoras de ocos em troncos de árvores. Visitam plantas cultivadas e fazem os ninhos em diferentes tipos de cavidades como as de tijolos, caixas de luz, cabaças, latas abandonadas, além de ocos de árvores vivas quando em ambientes mais naturais ou arborizados.

O mel da Jataí, além de saboroso e suave, é bastante procurado por suas propriedades medicinais. É usado como fortificante e anti-inflamatório, em particular dos olhos. Além do mel, a Jataí produz própolis, cera e pólen de boa qualidade. Em comparação com as abelhas com ferrão, produz menor quantidade, mas o preço de venda é bem maior: um litro desse mel pode chegar a 100 reais.

É interessante lembrar que as abelhas armazenam separadamente o pólen e o mel em potes de tamanho semelhantes. Os potes de mel podem ser reconhecidos, porque são mais transparentes, enquanto os de pólen são opacos.


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