O que vem por aí é o inimaginável e poderá ser um tropeço na democracia brasileira.
A diferença de partidos e sua composição variada é o que torna a eleição legítima diante dos princípios democráticos da representatividade eleitoral.
Partidos diferentes podem se unir para uma ação conjunta em eleições? Com certeza, sim. Contudo, os termos desta união devem ficar muito bem claros para se evitar que um partido-gigante retire a força de outras entidades partidárias. E esses termos não estão muito transparentes…
O encontro entre MDB, PSDB e União Brasil serviu para discutir a formação de uma federação entre os partidos que, se consolidada, significa que as siglas se unirão e deverão agir em conjunto por quatro anos em âmbito nacional, estadual e municipal. Comenta-se que Cidadania está sendo esperada para esta virtual federação.
A Folhapress em sua newsletter informa que: “Os presidentes de MDB, União Brasil e PSDB reuniram-se nesta terça-feira (15) em Brasília e admitiram retirar nomes colocados na disputa pela Presidência para construir uma candidatura única. O MDB tem a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o PSDB, do governador João Doria (PSDB-SP). A União Brasil ainda não lançou nenhum nome na disputa.”
Para os presidentes dos partidos que mantiveram o encontro, a “federação partidária” seria um instrumento que facilitaria a eleição de deputados pelas legendas, aumentando as chances de formarem bancadas maiores. “Mesmo que a união formal não seja concretizada, porém, os dirigentes afirmam querer uma aliança em nome de um único nome para disputar a eleição,” publica a Folhapress.
Que nome seria esse? Dória já colocou seu nome a disposição deste “partidão” que reunirá 4.567.946 eleitores do total de mais de 16 milhões de afiliados em partidos políticos.
Esse “partidão” poderá ser chamado de centro, de esquerda ou de direita? A esquerda, unirá forças e também fará seu “partidão” para tentar eleger Lula e Alckmin?
“As três candidaturas (Dória, Tebet – União Brasil ainda não tem um escolhido) estão postas aqui submetidas à autoridade desse conjunto de forças políticas“, afirmou o presidente do PSDB, Bruno Araújo. Elas “são candidaturas legítimas, mas a partir desse momento, quando todos nós trabalhamos pela convergência de uma candidatura única, elas estão submetidas à autoridade de um consenso construído pelas forças políticas“, continuou.
A tentativa de chegar impondo uma vitória, a partir de um “partidão” poderá representar um grande desgaste para a iniciativa recém lançada. Nas eleições de 2018, por exemplo, o então PMDB possuía candidato próprio para a Presidência da República, mas a votação foi pífia pois os afiliados foram contra essa candidatura, votando em Bolsonaro ou Hadad.
Desta vez, nem Lula e nem Bolsonaro estão na mira do futuro “partidão” pois o “projeto (existe) para que possamos apresentar uma candidatura que torne viável ao conjunto dessas forças furar o cerco da polarização que não faz bem ao país“, disse Bruno Araújo.
Os presidentes do “partidão” querem fugir da polarização em que se tornou as eleições brasileiras, onde o eleitor só pode escolher entre a esquerda e a direita-canhota (que visita a Rússia, se solidariza com Putin e presta homenagens a soldados soviéticos)…
A polarização partidária não é boa para o país e tem afastado milhões de eleitores das urnas através da abstenção e de votos em branco e nulos. Entretanto, o “partidão” não polarizará ainda mais as eleições?
As últimas eleições presidenciais apresentou quase 40 % de votos brancos, nulos e abstenções, que por pouco não ultrapassou a porcentagem dos dois candidatos concorrentes. Não é preciso ser profeta para afirmar que nas próximas eleições este total chegará muito próximo a 50 %, se não passar!
Já afirmei em artigo anterior que os partidos não estão falando a linguagem que o eleitor quer ouvir. Falam para meia dúzia de correligionários achando que o barulho feito em redes sociais por seus cabos eleitorais convencerá o eleitor!
Se o “partidão” quiser ser vitorioso, deverá trazer de volta às urnas os eleitores que desistiram de mudar o Brasil através das urnas e preferem tocar a própria vida independente de quem será o próximo a lhe assaltar o bolso com impostos e outras taxas.
Até o momento não vejo nenhum candidato se dirigindo a este eleitor! Convencê-lo é fundamental para a legitimidade das próximas eleições!
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