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BRASIL. A INSTABILIDADE É O SEU NORMAL

Por Dego Bitencourt

Como o Brasil e os brasileiros querem ser levados a sério? Como alguém de fora, vê o Brasil? País de índios, de bichos, de gente ignorante, sem leis, sem orgulho próprio, sem credibilidade, a chamada República das Bananas ou de Bananas.

Sem falar no período colonial, da independência ao final da monarquia, já seria uma verdadeira tragédia grega. Após a Proclamação da República 1889, com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto até 1930, com a revolução, final da República Velha início do Estado Novo e a Ditadura Vargas, foi outro momento de instabilidade política e econômica. Neste período um ou dois presidentes terminaram o mandato com alguma estabilidade.

Nos 15 anos de governo autoritário e absolutismo fascista do ditador Getúlio Vargas, começou a ter essa forma populista de conceder “benesses” do estado para a população. Assim o estado se tornou o maior beneficiário, onde o povo sempre espera que o governo venha lhe “dar” alguma coisa.

Juscelino Kubistchek de Oliveira trouxe cinquenta anos em cinco, ganhou a eleição democraticamente, porém, tomou posse sobre muita pressão política. Construiu Brasília, trouxe as montados de veículos para o Brasil, muito importante num primeiro momento. Condenou a Rede Ferroviária Federal ao sucateamento para beneficiar as montadoras, endividou a Nação com a construção e mudança da Capital para o centro-oeste, deixando o Rio de Janeiro órfão do serviço público.

Vem o Sr. Jânio Quadros, um campeão de votos, com sua vassoura ia limpar a sujeira do Brasil, porém, em plena Guerra Fria, queria jogar nos dois lados, mais seu viés socialista estava aflorando, visita de Che Guevara, a dívida externa enorme, o fez renunciar.

Assume João Goulart “o Jango”, cunhado de Leonel Brizola, então Governador do Rio Grande do Sul, do PTB, Partido Trabalhista Brasileiro. Tendo pressão da Sociedade Conservadora da época, muda a Constituição, passa para o regime parlamentarista, onde Tancredo Neves, assume como Primeiro Ministro.

Assim, em 1964, vendo que o Brasil caminhava para o Comunismo, sob pressão da sociedade conservadora e apoio dos Estados Unidos, acontece a Revolução, como os Militares tomando o poder, dissolvendo o Congresso Nacional, decretando a ilegalidade de partidos comunistas e de esquerda Jango e Brizola fogem para o Uruguai, ficando o país sob o governo de uma junta militar que logo seria chefiada pelo General Castelo Branco, que queria voltar a democracia, sucedido por Costa e Silva que deflagra de fato a ditadura e endurece o sistema, após assume Emilio Garrastazu Médici, seguido por Ernesto Geisel e finalmente João Batista Figueiredo.

Período marcado por desenvolvimento econômico, principalmente na agricultura e pecuária, mais de forte controle das instituições e perseguição a opositores. A partir de 1971 com o Ato Institucional Nº5 , esta medida endurece ainda mais o regime da ditadura militar, tortura, desaparecimento de opositores, chamados Anos de Chumbo.

Como a prisão de intelectuais, artistas, políticos comunistas e opositores ao regime, uma medida impensada e de retaliação, estas pessoas foram levadas para a Ilha Grande, conhecido presídio, misturando estes presos políticos e presos comuns, gerando a formação das chamadas “falanges”, precursoras do PC (primeiro comando) e do PCC (primeiro comando da capital).

Diferente de todos os outros países, no Brasil, o crime se organizou de dentro para fora dos presídios, com a conivência do Estado, da Justiça estabelecendo certa cumplicidade entre policiais corruptos, membros da justiça e chefes de organizações criminosas. Estas organizações começam a patrocinar partidos políticos e seus membros,  usando a Filosofia de Antônio Gramsci de infiltração na Sociedade, dominam principalmente o Rio de Janeiro, São Paulo e Estados do Nordeste, controlando o comércio de armas, drogas, roubos de cargas, principalmente em comunidades carentes, ignoradas pelo Estado ou com a conivência de agentes públicos, que posteriormente criam milícias armadas, formadas por policiais e ex-militares.

Peço licença ao leitor, não falarei de José Sarney, Fernando Collor de Mello, por entender que foram insignificantes para o Brasil, prestando um desserviço a Nação. Itamar Franco teve seus méritos de implantação do Plano Real, criando as condições para a eleição de Fernando Henrique Cardoso.

Assim, chegamos ao século XXI, um país com grandes recursos naturais, com um povo diversificado, com dimensões continentais, dominados por ideias Socialistas Fabianas, (Fernando Henrique Cardoso) de pseudos intelectuais, passando por um governo populista e que cria programas paternalistas (Lula e Dilma), inchando a máquina pública, sem plano de país, mais com plano de poder com viés comunista.
Não um socialismo Marxista de revolução armada, de eliminação de opositores, mais de ideias gramscistas de ocupação de cargos e de poderes da república, cooptando partidos políticos e seus membros, utilizando empresas estatais e tráfico de influência, influenciando a cultura e a educação ideológica de Paulo Freire, levando o país a um estado de falência moral e perda da instabilidade econômica.

Em 2018, novamente a direita e conservadorismo voltam a aparecer, talvez uma invertida ideológica (Bolsonaro), que a princípio, conta com o apoio popular e das Forças Armadas, entrando em choque com altos escalões da justiça, de partidos opositores gerando novamente, o conflito entre classes, ocasionando uma polarização, impedindo novamente o país de crescer e diminuir as diferenças sociais, não com benesses do governo, mais com o desenvolvimento pessoal, individual de cada cidadão brasileiro. Realmente o Brasil não é pra amadores, uma Nação rica e um povo pobre, tanto de recursos como de conhecimento.


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