Por Márcio Parizotto*
A manutenção de um caixa forte, com recursos suficientes e previsíveis é, sem dúvidas, condição imprescindível para o sucesso de um negócio frente às instabilidades do mercado. Isso se prova realidade, não apenas para honrar compromissos, mas também para permitir reação ágil e precisa às mudanças no ambiente externo.
Tal percepção foi ainda mais evidenciada pelos dois principais acontecimentos que aconteceram no ambiente global recentemente, a pandemia e a Guerra na Ucrânia. Dentre as muitas consequências desses eventos, está a manifesta crise inflacionária, que vem reforçando a necessidade das empresas terem seus caixas reforçados para preservação de sua capacidade de reação e investimento.
Especialmente em cenários de instabilidade como o atual, em que sobram dúvidas e aumentam as incertezas, a operação de antecipação de recebíveis tem se mostrado uma boa opção para negócios dos mais variados segmentos. Antecipar os valores que as empresas têm direito a receber de forma ágil e em termos adequados é uma solução que vem ganhando cada vez mais espaço nos mais variados segmentos. Seja para realização de investimentos, quitação de dívidas ou simplesmente reforço do caixa, o fato é que companhias de portes distintos têm optado por essa modalidade para melhor gestão de seu capital de giro.
O mercado entende a necessidade desse processo e vem realizando mudanças importantes, visando trazer mais praticidade e, dessa forma, democratizar o acesso ao crédito para as empresas que desejam realizar essa operação. Uma movimentação importante e que ilustra bem isso é a recente fusão da Liber Capital com o Bava e a Evencard, que deu origem a um grande player no mercado sob a marca Liber, respondendo por 6% da carteira de crédito de programas de antecipação a fornecedores no Brasil.
Os movimentos das empresas em um setor tipicamente pulverizado visa trazer escala e eficiência para o negócio e, no caso da Liber, deve atingir R$ 50 bilhões em antecipação esse ano em diversos segmentos da indústria, como distribuidores do setor automotivo, celulose, construção civil, fármaco, agro, dentre outros.
Mudanças devem reduzir burocracia no setor
A movimentação de grandes players no mercado deve estimular mais negócios a adotarem o modelo de acesso a capital via antecipação. Como principal alavanca dessa expansão, aparecem a simplificação do processo de contratação através de tecnologia de ponta e a possibilidade de acesso automático e simultâneo a diversos provedores de funding. Esses diferenciais são particularmente relevantes quando se leva em conta as típicas burocracia e morosidade associadas à contratação de produtos de antecipação, com prejuízos para a expansão de volumes e qualidade da experiência.
Em síntese, a proposta de valor de players agnósticos como a Liber, com capacidade de consolidação de operações de parceiros do segmento financeiro como bancos e credenciadoras, apresenta-se como opção transformadora para o financiamento da cadeia produtiva. Nesse arranjo, há ganhos para todos os stakeholders do ecossistema, incluindo grandes empresas, fornecedores e bancos.
Otimização da engrenagem de antecipação
Além dos benefícios relacionados à facilidade de contratação e a pricing, a centralização de operações de forma interoperável em vários segmentos da cadeia produtiva, originam um benefício colateral de alto potencial: o acúmulo de dados.
Com a expressividade de volume e diversidade de operações, viabiliza-se a construção de data lakes a partir dos quais inúmeras ações de eficiência podem ser desenvolvidas. Além da abordagem sistemática de clientes e fornecedores, é possível desenvolver infraestrutura econométrica com inteligência artificial e machine learning, como já faz a Liber. Com isso a assertividade de ofertas aumenta, taxas de retorno se incrementam, e com isso a rentabilidade do caixa. Tudo isso retroalimenta o modelo de negócios distribuindo valor econômico incremental para toda a cadeia.
Concluindo, a antecipação de recebíveis é uma solução financeira eficiente que empresas têm à disposição para a gestão de seus caixas, com potencial de expansão expressivo quando acompanhada de tecnologia e atuação holística na cadeia de suprimentos e distribuição.
Márcio Parizotto é Sócio e Diretor Executivo da Liber.
SOBRE A LIBER
A Liber é uma empresa especialista em financiamento da cadeia produtiva, e foi constituída em agosto de 2022 a partir da fusão das operações de Liber Capital, Bava e Evencard. A nova Liber deve fechar 2022 com mais de R$ 50 bi, em operações com mais de 7500 clientes dos mais variados segmentos produtivos, representando cerca de 6% da carteira de crédito de programas de antecipação a fornecedores no Brasil.
Lucas Rodrigues
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