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Conheça a vocação e o caminho até a ordenação sacerdotal do terezinhense Sander Rudnick

No dia 20 de janeiro de 1995, há 27 anos, nascia no hospital de Papanduva, em SC, o pequeno Sander Rudnik, um bebê que já carregava a missão diferente.

Natural de Santa Terezinha, Sander é o terceiro filho do casal José Rudnik e Ana Kozoriz Rudnik. Até os 18 anos, o garoto viveu com a família na comunidade de Salto Iraputã, onde se dedicou, desde a adolescência, aos trabalhos do campo, na agricultura familiar e fumicultura, além de realizar as etapas do ensino básico, fundamental e médio.

A caminhada religiosa do jovem agricultor

Nesse tempo, até os 18 anos, Sander pertenceu à comunidade de Salto Iraputã, em Santa Terezinha, à comunidade católica do padroeiro do Sagrado Coração de Jesus, circunscrito nas dependências da paróquia Sagrada Família, de Rio da Prata, em Rio do Campo, da diocese de Rio do Sul. “Foi na Capela Sagrado Coração de Jesus que me tornei filho de Deus pelo batismo, tive a catequese necessária para receber o sacramento da sagrada comunhão pela primeira vez, e toda catequese necessária para o sacramento do Crisma. Participava das celebrações da palavra nos domingos e ajudava a comunidade quando tinha a festa do padroeiro, até então“, conta o jovem.

Quase 10 anos se passaram, e o garoto que demonstrava tanta dedicação e zelo à igreja não é mais chamado apenas Sander Rudnik, mas sim, Padre Sander Rudnik. E sobre o caminho até a vocação sacerdotal, Pe. Sander relata “Embora não soubesse direito o que era ser padre, no meu interno havia o desejo de doar-me por algo maior que o cultivo da terra ou de um trabalho empregatício, como normalmente se deseja ter. Mas não sabia o que era, até que no ano de 2013 conheci o então Reverendo Diácono Jonas Malek, que auxiliava o Rev. Pe. Nicolau A. Heinsen na Paróquia. Ele recente tinha voltado da Polônia, pois era da Congregação da Sociedade de Cristo, dos Padres Poloneses, e desejava entrar para o Clero de nossa Diocese. Foi ele quem me convidou para fazer o Estágio Vocacional no Seminário Menor e Propedêutico N. Sra. de Fátima, em Taió, no ano de 2014“.

Sem a devida noção do que era exatamente o sacerdócio Sander aceitou de bom propósito o convite. “O Estágio aconteceu num final de semana, em janeiro de 2014, organizado pelos seminaristas e sob a orientação do Reitor, o Rev. Pe. Leandro Kammer. Aqueles dias despertaram algo em mim, uma alegria diferente em estar ali, como uma resposta ao que estava procurando, e senti que precisava discernir mais a fundo o que queria da vida. O Pe. Leandro fez-me confiante no acompanhamento e discernimento da minha vocação, convidando-me ao ingresso naquele mesmo ano. Eu aceitei“, conta Padre Sander.

Em março de 2014, Rudnik ingressou no Seminário como propedeuta (assim é chamado o seminarista que já completou os estudos elementares), fazendo um percurso de discernimento e conhecimento da vocação sacerdotal. “No fim daquele ano, alegremente manifestei ao Dom Augustinho Petry, o desejo de continuar o percurso formativo como seminarista maior, e ingressar nos estudos filosóficos. Foi um tempo proveitoso“, garante Sander.

Com a aceitação do Bispo e do conselho de formadores, no ano de 2015 o jovem agricultor ingressou no Seminário Filosófico de Santa Catarina (SEFISC), Brusque. “Ali residi por 3 anos, onde obtive o grau de bacharel em Filosofia, pela Faculdade São Luiz, sob direção dos padres dehonianos. No seminário, foram anos de dedicação ao estudo, ao crescimento espiritual e humano-afetivo, como também de experiências pastorais nos finais de semana, acompanhando diferentes paróquias e comunidades. Finalizei os estudos em 2017 e, confiante que estava no caminho certo, manifestei ao Bispo Dom Onécimo Alberton (atual Bispo da nossa diocese), o desejo de ingressar nos estudos teológicos. Com a aprovação dele e do conselho iniciei a faculdade de teologia no ano de 2018, na Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), Florianópolis“, explica.

Durante os 4 anos na faculdade, Pe. Sander afirma que pode adentrar nos mistérios da fé, buscando moldar a espiritualidade e os fundamentos da vida sacerdotal. Até 2019 morou na residência São José, em Florianópolis, junto aos seminaristas da Diocese de Caçador. Depois, no Seminário Teológico N. Sra de Guadalupe e S. João XXIII, também em Florianópolis, junto aos seminaristas da Diocese de Joinville. Nos finais de semana, auxiliava nos trabalhos pastorais da paróquia Bom Jesus, em Alfredo Wagner. “Foi um tempo de grande amadurecimento para mim. Então, no final do ano de 2021, formei-me bacharel em teologia, e fui designado para auxiliar na formação dos seminaristas menores e propedeutas, no Seminário de Taió, onde começou a minha caminhada“, comenta Rudnik.

A ordenação diaconal do jovem Sander aconteceu em Taió, na Paróquia Cristo Rei, no dia 26 de junho. “Era para ser no dia 22 de maio, mas teve que ser adiada por conta dos contágios do Coronavírus. Foi um grande dia para mim, que passei a fazer parte do clero e exercer o ministério diaconal, de servir na liturgia da igreja e na prática da caridade e assistência aos necessitados. Vivi este ministério intensamente até o dia 17 de setembro quando fui ordenado Presbítero, na Paróquia Sagrada Família, em Rio da Prata, Rio do Campo. Foi um momento inesquecível, que guardarei para sempre em meu coração, bem como o carinho e a alegria das pessoas. E como foi bom rezar minha primeira Santa Missa em minha comunidade de origem, já no dia seguinte. É uma graça especial poder ter vivido esses momentos!“, expressa o sacerdote.

Como Padre, o terezinhense continua auxiliando na formação dos seminaristas, em Taió, e ajudando as paróquias que solicitam ajuda, até que sejam anunciadas as transferências para o ano que vem.

Um chamado que ardia no coração

O período de diaconato até a ordenação sacerdotal é de 6 meses, explica Sander. Pelas normas do Direito Canônico da Igreja, o tempo de transição entre o estado de vida assumido como Diácono até ser Padre, é de 6 meses. “No meu caso, o tempo foi mais curto, devido algumas circunstâncias e necessidades pastorais. Contudo, nestes quase 3 meses, exerci intensamente o ministério diaconal, realizando batizados, assistindo casamentos, celebrando exéquias, dando bênçãos, levando a Sagrada Eucaristia e presidindo a celebração da Palavra para as comunidades que não têm a Santa Missa dominicalmente. De modo especial, passei visitando as comunidades da Paróquia Sagrada Família, para fazer a celebração da Palavra e a motivação vocacional aos jovens, adolescentes e crianças“, cita o sacerdote.

Mas, em suas visitas às comunidades, Sander diz que sentia que faltava algo. “Parecia que tinha deixado aquele povo na mão, que o que fazia não era suficiente. Esse sentimento, na verdade, era o desejo de fazer algo que só o sacerdote pode fazer: Celebrar a Missa em favor dos fiéis, e perdoar os pecados, pela misericórdia divina confiada à autoridade dos pastores da Igreja de Cristo. Era o desejo de ser um “Pai”, um “Padre” que ajuda os filhos de Deus a ir pro Céu. E, agora, esse desejo se completou em minha vida! Não tem como explicar quão maravilhoso é celebrar uma Missa, ajudar as pessoas na sua vida pessoal ou familiar, falar de Jesus e de seu Evangelho, mostrar o caminho do Céu“, confirma Rudnik.

O dia da Ordenação

Vários foram os momentos que despertaram muita emoção em Sander, aos familiares e todos os presentes. “De modo especial, a imposição das mãos pelo senhor Bispo e pelos Padres; a unção das mãos e a primeira bênção aos meus pais; o acolhimento pelo Clero na ordem presbiteral. Vem à mente todo o caminho trilhado até aquele momento, e quantos outros deixados para chegar ali“, expressa o jovem padre e acrescenta “Além disso, saber que a Igreja se uniu em prece por mim, pela força da oração, intercessão dos anjos e santos invocados, como também a consciência de que o Espírito Santo estava agindo, ali, de modo sacramental… Tudo isso me despertou um sentimento diferente, que não sei bem explicar, mas sei que não era algo natural. E, sem dúvida, o caloroso acolhimento do povo, com uma alegria extraordinária, me tocou profundamente“.

Padre Sander faz agradecimentos

Deus sabe das boas obras, feitas com amor, e garante a recompensa! E são tantos os que se dedicaram por esta boa obra, aos quais venho aqui agradecer profundamente.

Quero registrar o meu agradecimento à Diocese de Rio do Sul, na pessoa de V. Exa. Reverendíssimo Dom Onécimo, pela acolhida, acompanhamento e formação. Agradeço ao Rev. Pe. Jonas e à Veneranda Ir. Eugênia pelo convite para conhecer o Seminário, pelo qual tudo isto foi possível. Minha gratidão ao Padre Bertolino, pelo empenho e dedicação e, na sua pessoa, agradeço imensamente a todas as comunidades da Paróquia, que se envolveram nos preparativos da Missa e da confraternização. Muito obrigado!

Aos meus pais, irmãos e demais familiares, muito obrigado pelo apoio, carinho, e amor que nos mantém unidos. Aos meus amigos, de perto e de longe, de curta ou longa data, muitíssimo obrigado pelo apoio e pela amizade. Contem comigo, para ajudar na busca do Bem e da Verdade“.

Uma mensagem de esperança e fé para os leitores

Vale a pena dar a vida por Cristo, que nos dá tudo! O Senhor, na sua Divina Providência, nos conduz! Diz o Livro da Imitação de Cristo: “Não tens aqui morada permanente e onde quer que estejas serás estrangeiro e peregrino; e, se não estiveres, intimamente, unido a Cristo, em lugar algum encontrarás repouso.” Caro leitor(a), nós só encontramos sossego em Deus! E Nosso Senhor nos diz que quem vai a Ele, não será lançado fora. Nele encontramos a paz do nosso coração. Quem a Deus tem, tudo suporta! Assumi como lema do meu ministério sacerdotal: IN MANVS TVAS (Em Vossas mãos, Senhor!), pois estou convicto de que Deus é que nos guia em seus caminhos (que não são os nossos). Ainda que passemos por vales tenebrosos, nenhum mal devemos temer, pois Ele está conosco! Que esta matéria te ajude a unir-se mais intimamente com Cristo, e trilhar os seus caminhos, com fé e esperança! Minha gratidão pela leitura e minha bênção! – Pe. Sander Rudnik 

Fonte: Jornal A Tribuna do Vale


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