Especialmente na faixa etária que compreende dos 18 aos 24 anos, com 57% das entrevistadas
Já conhecido pela campanha Outubro Rosa, o mês de outubro está acabando, mas o que não pode acabar mesmo é a conscientização sobre o câncer de mama. A doença é caracterizada pelo crescimento de células cancerígenas nessa região e, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o segundo tumor mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele, e o primeiro em letalidade.
Nesse contexto, algo fundamental é conhecer o próprio corpo para notar possíveis mudanças que indiquem que algo está errado. Todavia, segundo constatou o mais recente estudo da Famivita, 43% das mulheres não sabem fazer o autoexame das mamas, ou seja, proceder com a observação em frente ao espelho, palpando, de pé, a mama e repetindo, deitada, a palpação. Isso acontece especialmente quando se fala das mulheres na faixa etária que vai dos 18 aos 24 anos, com 57% respondendo negativamente.
O estudo revelou, também, que 28% das mulheres desconhecem a referida orientação do Inca. Além disso, 28% delas não sabem identificar nenhum sintoma de câncer de mama. Ainda de acordo com o estudo, entre as mulheres que estão tentando engravidar, pelo menos 36% não têm ciência sobre como se realiza o autoexame.
Os dados por estado demonstraram que no Amapá é onde a maioria das entrevistadas sabe fazer o exame das mamas e que as mulheres devem proceder com a mamografia a partir dos 50 anos, a cada dois anos, conforme preconizado pelo Inca. No Distrito Federal e em São Paulo, 61% e 62% das participantes, respectivamente, sabem efetuar o autoexame das mamas. Já no Rio de Janeiro e em Alagoas, 70% e 69%, respectivamente, afirmaram ter ciência que a mamografia precisa ser feita a partir dos 50 anos, como exame de rotina.
Vamos falar sobre câncer?
Um artigo científico publicado em setembro na revista Public Health in Pratice, intitulado Does Pink October Really Impact Breast Cancer Screening? (“O Outubro Rosa realmente causa impacto nas mamografias?” – em tradução livre), apontou os resultados da campanha de prevenção do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho revelou que o número de mamografias aumenta em 33% em outubro – e permanece em alta nos meses seguintes (39% em novembro e 22% em dezembro), corroborando que as campanhas deveriam ser mais constantes, especialmente em nosso país, onde 40% dos casos só são diagnosticados em fase já avançada.
É, de fato, muito importante falar sobre o câncer, especialmente se lembrarmos que no Brasil de 20 anos atrás, por exemplo, muita gente nem pronunciava essa palavra, tal era o medo que existia ao redor da doença. Por todo preconceito que envolve a enfermidade, mesmo nos dias atuais, ainda há quem prefira esconder que tem, o que pode atrapalhar bastante o tratamento. Assim, iniciativas como o Outubro Rosa vêm ajudar, trazendo informações de qualidade para desmistificar a doença, afinal a taxa de cura chega a 95% se descoberto em estágio inicial.
Oziella Inocêncio
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