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Nubank tem lucro líquido de US$ 282 mi no Brasil em 2022 e retorno vai a 40%

      O Nubank anunciou lucro líquido de US$ 138 milhões no Brasil no quarto trimestre de 2022 e de US$ 185 milhões em todo o ano passado, revertendo prejuízo de US$ 20 milhões em 2021. O lucro líquido ajustado somou US$ 282 milhões no ano passado.

      Superando seus concorrentes, o banco digital anunciou um retorno patrimonial ajustado (ROE, na sigla em inglês) e anualizado de 40% nos três meses finais de 2022, o maior entre os principais bancos do setor financeiro brasileiro, e o dobro do terceiro trimestre. O Banco do Brasil, o mais elevado até então, teve indicador de 23%.

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      Considerando os resultados da holding, que engloba as operações no México e Colômbia, ainda em estágio menos avançado que no Brasil, e que exige mais investimentos, o lucro líquido do Nubank somou US$ 58 milhões no quarto trimestre, o segundo consecutivo de lucratividade, ante um prejuízo de US$ 66,1 milhões no mesmo período de 2021. O número exclui os efeitos do fim do CSA, como era chamado o programa de remuneração adicional do fundador e CEO David Vélez, de US$ 355,6 milhões.

      Tivemos mais um trimestre de recordes em nossa história”, disse Vélez ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Mesmo com um fim de ano mais desafiador, o Nubank conseguiu crescer mais, com rentabilidade e chegar a 75 milhões de clientes, dos quais 70 milhões no Brasil. Entre setembro e dezembro, o banco ganhou 4,2 milhões de clientes. Já no ano de 2022 foram 20,7 milhões. “Só no Brasil, a gente adicionou mais clientes em 2022 do que praticamente todos os grandes bancos juntos.”

      A receita do banco no quarto trimestre foi de US$ 1,45 bilhão, com crescimento anual de 112%. A margem financeira bruta subiu de 36% para 40%. Em 2022, ficou em US$ 4,8 bilhões, salto de 168%, dos quais só o Brasil respondeu por US$ 4,5 bilhões em 2022.

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      Já a inadimplência do banco digital não escapou da tendência do mercado e subiu, quando se considera atrasos acima de 90 dias, de 4,7% em setembro para 5,2%. Porém, Vélez disse que o indicador de 90 dias reflete dois ou três trimestres para trás e que, mais importante, é avaliar a inadimplência para períodos mais recentes (de 15 a 90 dias). Este indicador caiu de 4,2% para 3,7%, número melhor que o esperado pela administração, segundo Vélez.

      Com a melhora da inadimplência mais curta, Vélez disse que o Nubank está mais animado em dar crédito pessoal, modalidade que tinha pisado no freio nos últimos trimestres. “A gente estava meio parado no empréstimo pessoal, enquanto olhava o ambiente volátil. No quarto trimestre, sentimos convicção de começar acelerar um pouquinho essa linha.

      No crédito pessoal, o Nubank tem só 3% do mercado, enquanto tem uma base de clientes que representa 44% da população adulta brasileira. Por isso, pode crescer dentro dos seus próprios clientes, em uma base que tem conhecimento melhor, o chamado “mar fechado”, e não no mercado como um todo, o “mar aberto”, ressalta o fundador da fintech. “A maior parte dos clientes utiliza o banco como a conta principal, o que gera mais lealdade e cria mais informações.

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      O Nu encerrou 2022 com uma carteira de juros de US$ 4 bilhões, onde estão suas operações de empréstimos, ante US$ 3,5 bilhões do final do terceiro trimestre.

      Para o crédito em 2023, Vélez diz que o Nubank vai monitorar de perto o comportamento da inadimplência. O Nubank não dá projeções ao mercado de seus indicadores. “A inadimplência está sob controle”, disse o executivo.

      O Nubank não tinha exposição na Americanas, apenas um fundo seu tinha 2% exposto em debêntures da rede de varejista.

      Retorno

      Como um banco digital, estrutura mais enxuta e um modelo de negócios diferente, o Nubank tem condição de entregar um retorno acima dos bancos tradicionais, observa o diretor financeiro, Guilherme Lago. “A gente não acha que 40% representa o ROE de longo prazo, ainda dá para melhorar”, afirma o executivo.

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      Ao longo de 2023, é provável o banco tenha um ROE “bastante relevante e confortável”. “Provavelmente não vai ficar no patamar de 40%, vai cair um pouco, mas vai continuar sendo bastante superior ao nosso custo de capital”, comentou Guilherme.


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