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Adeus, Banco do Vale do Silício – Caos financeiro poderá atingir outros bancos

O Banco do Vale do Silício não existe mais.

O Silicon Valley Bank (SVB), é um banco com foco em tecnologia com sede na Califórnia que entrou com pedido de falência provocando a maior crise financeira desde a crise imobiliária de 2008.

Problemas financeiros e má administração foram os que levaram à derrocada dessa instituição.

O principal credor da indústria de tecnologia implodiu na segunda maior falência de um banco da história dos Estados Unidos. Depois que as preocupações dos investidores sobre a solvência do Silicon Valley Bank (SVB) provocaram uma corrida aos bancos, a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) assumiu ontem o controle dos depósitos dos clientes.

O colapso aconteceu rápido:

O SVB disse na quarta-feira que vendeu alguns de seus ativos com uma perda de quase US$ 2 bilhões, deixando investidores e depositantes em estado de pânico total. Suas ações despencaram mais de 60% no dia seguinte e vários fundos de VC proeminentes aconselharam suas empresas de portfólio a retirar seus depósitos. Na sexta-feira, o banco de 40 anos estava torrado.

Por que as finanças decaíram tanto?

O SVB contava com quase metade de todas as empresas norte-americanas apoiadas por capital de risco entre seus clientes. Essa lista de clientes foi uma bênção quando as taxas de juros estavam baixas, então as startups estavam nadando em dinheiro de VCs, sigla que denomina os fundos de venture capital. Seus depósitos mais do que triplicaram entre 2018 e 2021.

Mas quando as taxas de juros começaram a subir no ano passado, os depósitos encolheram, assim como o valor dos títulos comprados com o dinheiro dos depositantes. Há algum tempo, os vendedores a descoberto vêm soando o alarme sobre os riscos para os bancos menores. Mas o SVB era particularmente vulnerável, uma vez que baseou uma parcela extraordinariamente alta dos fundos dos clientes em títulos e títulos lastreados em hipotecas.

O que isso significa para os correntistas do SVB

Então, quando é que todas essas startups verão seus US$ 175 bilhões em depósitos? Cada cliente tem a garantia de receber até $ 250.000 por conta do FDIC, mas eles terão que esperar pela venda dos ativos remanescentes do SVB para ver se podem receber mais dinheiro de volta e provavelmente terão que fazer a folha de pagamento antes disso.

Alguns estão ficando criativos: a loja de brinquedos Camp ofereceu um desconto de 40% com o código promocional “bankrun” para ajudá-la a se manter à tona enquanto espera que seu dinheiro (esperançosamente) seja devolvido.

A queda do SVB chocou o setor bancário. Mas as finanças dos bancos estão em melhor forma agora do que em 2008, deixando os especialistas otimistas de que um colapso total do sistema não está no horizonte.

A confiança está quebrada, Bitcoin pode ser a resposta

A dura realidade de tudo o que está acontecendo é que os investidores do Banco do Vale do Silício não puderam sacar seu próprio dinheiro do banco, e isso não será possível até que o FDIC defina as condições dos saques.

A falência do SVB é uma demonstração de como a confiança está desmoronando em um sistema como o bancário, onde nem mesmo os investidores confiam na entidade para levantar capital e, mesmo, o próprio Federal Reserve não virá em seu socorro. É uma pirâmide de cartas onde o Vale do Silício confiou na estabilidade dos preços dos títulos, os investidores confiaram no Vale do Silício, mas no final a promessa de segurança não pôde ser cumprida. E assim a confiança foi quebrada.

A chave é que os sistemas bancários são baseados na confiança. Os poupadores entregam seu dinheiro a uma instituição que consideram confiável e esta, por sua vez, depende de outras instituições para se manterem operacionais e gerarem lucros, como o SVB e o Federal Reserve.

A quebra da confiança institucional não é novidade, em 2008 o Lehman Brothers, banco de investimento, viu o seu capital esbanjado depois de se ter tornado conhecida a sua exposição a investimentos de alto risco, levando os investidores a tentar sacar todo o seu dinheiro em questão de horas, levando o banco à falência.


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