Ante um farto cardápio de produtos, para descobrir a melhor opção, o investidor novato precisa ter claro, entre outros pontos: o valor disponível para aporte e o prazo em que esperar receber o dinheiro investido
O início da trajetória no mundo do investimento financeiro é marcado por uma série de dificuldades que não raramente fazem os novatos desistirem. Por exemplo, uma pessoa que entrar agora em uma corretora de valores, ao se deparar com tantas opções de produtos, ficará com a cabeça em trevo, sem saber por onde começar. Para superar a o receio e consequentemente a inércia inicial, o melhor caminho a seguir é diminuir as opções existentes. Mas como fazer isso? A educadora financeira Simone Sgarbi sugere cinco filtros com o intuito de facilitar a missão.
O primeiro deles é o valor disponível para investimento. Segundo a educadora financeira, não adianta nada encontrar um CDB que pague IPCA + 8%, cujo valor de entrada seja R$ 1 mil, quando se tem somente R$ 500 para investir, ou pender para um Fundo Imobiliário que a cota é R$ 240, quando seu orçamento é de apenas R$ 100. “Desse modo, antes de tudo, defina muito bem quanto tem para investir”, diz.
O segundo filtro é o prazo de devolução. Conforme Simone, todo investimento precisa ter um objetivo vinculado a ele para fazer sentido e por isso as metas já devem estar traçadas no momento de investir. “Assim, não adianta encontrar um fundo de investimento, com rendimentos excelentes, cujo tempo de resgate é de 90 dias, quando sua necessidade para recebimento do dinheiro é de 60 dias ou se interessar por uma LCI que vence em um ano, quando precisa receber o rendimento daqui a seis meses”, afirma.
A educadora financeira ressalta que esses dois filtros são suficientes para diminuir consideravelmente as ofertas e as dúvidas, mas que para tornar o investimento mais assertivo outros crivos podem ser necessários, como o valor esperado de rendimento. “Um investidor que pretende dobrar seu capital em cinco anos, precisará que seu dinheiro renda 14,4% a.a. Para isso, ele deve escolher um investimento pré-fixado, que lhe garanta essa estabilidade”, explica.
Conforme Simone, investimentos em renda variável podem até ter maior rentabilidade a longo prazo, mas como próprio nome diz, variam. “Do mesmo modo não garante previsibilidade, um produto de renda fixa que paga rendimento indexados como IPCA + algum valor, ou uma porcentagem do CDI, porque os valores irão subir e descer ao longo do período, conforme o indicador subir e descer também”, comenta.
Mais um filtro de grande valia é o risco aceitável. Por exemplo, o produto renda variável apresenta historicamente os melhores resultados para investimentos de longo prazo (acima de sete anos). Contudo, segundo a educadora financeira, para escolher essa opção, o investidor precisa ter muito claro para si o quanto de risco aceita correr. “Se ao longo desse período, a pessoa conferir o saldo da corretora e verificar que o valor diminuiu, ela precisará ter calma para decidir se o melhor caminho a seguir é vender ou não a ação ou o fundo que estiver com a performance negativa naquele momento”, diz
Antes de bater o martelo sobre qual é a melhor opção, o investidor iniciante deve empregar um último filtro: indagar-se se está ciente de todas as regras do produto. “Saber todas as taxas, prazos e riscos dos investimentos que pretende escolher é essencial para não ser surpreendido logo lá na frente”, diz Simone, aconselhando quem está começando a não desistir ante os obstáculos inerentes à tarefa de investir. “Parece muita coisa, mas a prática fará com que essas escolhas fiquem cada vez mais fáceis. Basta começar”, assegura.
Patrícia Jimenes
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