El Niño está de volta

Em termos de potencial histórico de mudança da Terra, há apenas uma coisa chegando neste verão que pode superar o filme da Barbie : El Niño.

Se você não se lembra de tudo da aula de ciências ambientais da oitava série, o El Niño é o padrão climático que aquece a água no Oceano Pacífico a cada dois a sete anos.

Pode levar simultaneamente a chuvas excessivas e secas severas em diferentes regiões, particularmente nos trópicos.

A mudança climática agrava seus efeitos, por isso os especialistas alertam que o El Niño deste ano pode causar calor extremo com “grandes repercussões na saúde, segurança alimentar, gestão da água e meio ambiente”, segundo a Organização Meteorológica Mundial.

Também poderia levar a trilhões em perdas econômicas

Uma nova pesquisa publicada na Science estima que o próximo El Niño, que tem 90% de chance de começar este ano, custará à economia global US$ 3 trilhões até 2029. Esse dano econômico surpreendente pode vir de perdas imediatas e efeitos indiretos de longo prazo .

Considere algumas das maneiras pelas quais o El Niño causou estragos no passado:

Um estudo da Nature demonstrou uma ligação entre os anos de El Niño e a guerra civil em 93 países tropicais. Também constatou que, desde 1950, um em cada cinco conflitos civis foi influenciado pelo El Niño. Por que? Uma hipótese relaciona o conflito violento com o declínio da produção agrícola. Outra é que as pessoas são mais propensas a entrar em conflito quando estão com calor – uma teoria que você pode confirmar diretamente, se quiser…

Um estudo da NASA descobriu que o El Niño de 2015–2016 desencadeou surtos de doenças em todo o mundo. A cólera se espalhou na Tanzânia devido à água contaminada devido às inundações, enquanto as taxas de dengue aumentaram no Brasil e no sudeste da Ásia, pois as condições quentes e úmidas amplificaram a presença de mosquitos.

Olhando para o futuro… seu bronzeado de verão pode ser mais St. Tropez do que Saint-Tropez. À medida que o El Niño entra em cena, ele “pode empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido”, disse a Organização Meteorológica Mundial.