Zildo De Marchi, presidente do Sindiatacadistas-RS, tem 98 anos de idade e é um dos empresários mais experientes do Estado
Uma das lideranças empresais mais atuantes e respeitadas do Rio Grande do Sul, o empresário Zildo De Machi, com 98 anos de idade e com uma trajetória muito significativa nos negócios, também marca a história da economia no Rio Grande do Sul. Zildo De Marchi explica que o setor atacadista integra um sistema que o mantém forte. “Esse sistema atacadista está integrado, tanto dentro do setor brasileiro, como no cenário sul-americano e internacional. Acompanhamos o sistema da economia e da produção em um cenário global. Tudo o que é produzido e desenvolvido aqui, botamos à disposição do mercado brasileiro e internacional.” Nesta entrevista para TÂNIA MEINERZ do Jornal do Comércio, De Marchi lembra como o setor gaúcho atacadista foi criado. “Antigamente, criamos um sindicato, com sete representantes dos ramos do comércio atacadista. Mas, hoje, estamos integrados com todos os sindicatos atacadistas do Rio Grande do Sul.“
Uma das lideranças empresais mais atuantes e respeitadas do Rio Grande do Sul, o empresário Zildo De Machi, com 98 anos de idade e com uma trajetória muito significativa nos negócios, também marca a história da economia no Rio Grande do Sul. Zildo De Marchi explica que o setor atacadista integra um sistema que o mantém forte. “Esse sistema atacadista está integrado, tanto dentro do setor brasileiro, como no cenário sul-americano e internacional. Acompanhamos o sistema da economia e da produção em um cenário global. Tudo o que é produzido e desenvolvido aqui, botamos à disposição do mercado brasileiro e internacional.” Nesta entrevista, De Marchi lembra como o setor gaúcho atacadista foi criado. “Antigamente, criamos um sindicato, com sete representantes dos ramos do comércio atacadista. Mas, hoje, estamos integrados com todos os sindicatos atacadistas do Rio Grande do Sul.“
Jornal do Comércio – Qual é a avaliação do Sindiatacadistas-RS sobre o cenário econômico do ano de 2022 e deste ano?
Zildo De Marchi – Estamos vivendo um cenário de desaceleração econômica no mundo. Apesar de surpresas de crescimento positivas, o processo de desinflação tem sido difícil e se espera que taxas de juros altas sejam uma constante por muito tempo. Além disso, há a continuidade da guerra e a eclosão de problemas bancários no cenário internacional. Na cena local, não é muito diferente. Apesar do bom primeiro trimestre, é muito razoável esperar que os efeitos da safra recorde irão se dissipando e os efeitos dos incrementos de transferência de renda também vão perder força. É muito provável que o mercado de trabalho reduza o ritmo da geração de empregos (ainda que performe bem melhor do que o esperado inicialmente) e os efeitos do aperto monetário ficarão ainda mais evidentes. Ainda que se espere reduções na taxa de juros no segundo semestre, é razoável pensar que se os sinais de preocupação com a dinâmica das contas públicas fossem mais evidentes já poderíamos estar vivenciando taxas de juros mais baixas, o que seria importante tanto para famílias quanto para empresas.
JC – Quais são as avaliações tiradas até agora, considerando que o Brasil teve recentemente eleições nacionais?
Zildo De Marchi – O novo governo já tem mais de seis meses. Do ponto de vista da economia, o que mais ganhou eco foi a briga do Planalto com o Banco Central. Temos, desde 2021, um Banco Central autônomo. O governo precisa respeitar isso e fazer o que cabe a ele para termos uma taxa de juros estruturalmente mais baixa. Se o governo quer juros menores, precisa trabalhar para equilibrar as contas públicas no médio e longo prazo. No entanto, apesar da aprovação do Arcabouço Fiscal ser vista como algo positivo, fica claro que o compromisso com o equilíbrio das contas públicas não assume prioridade. Pena também o esforço em desfazer avanços como no caso das Leis das Estatais, que infelizmente foi alterada, e do Marco do Saneamento, cujas modificações propostas pelo governo não foram aceitas pelo Congresso. Era esperado que o governo não priorizasse privatizações, mas não podemos regredir nos avanços que tivemos, o que tem sido impedido, em parte, pela ação do Congresso. Outros temas de suma importância para a sociedade brasileira, como é o caso da reforma tributária, têm seguido como uma agenda própria do Congresso, com o governo não assumindo o protagonismo esperado para uma reforma desse calibre.
JC – Quais são as metas do Sindiatacadistas para 2023?
Zildo De Marchi – Buscar maior aproximação com seus representados, ampliar o quadro de associados e poder auxiliar melhor as empresas naquilo que compete a entidade. Muitas empresas atacadistas não conhecem o Sindicato e o trabalho desenvolvido em prol do segmento, por isso, este ano estamos focando na comunicação e principalmente nas mídias digitais e com maior alcance. Representamos as empresas atacadistas em todo o Estado do RS, de diversas categorias econômicas e nem sempre conseguimos alcançar todo este universo de mais de 18 mil empresas. Também estamos com um projeto piloto na região de Santa Rosa, onde um Agente de Representação Sindical está visitando as empresas, apresentado a entidade, as ações desenvolvidas e levantando demandas. O Sindiatacadistas está empenhado em ampliar seu quadro de associados não apenas por mero caráter quantitativo, mas para assumirmos um maior protagonismo no desenvolvimento do nosso Estado. Estamos nos qualificando mais e mais para promover o fortalecimento dos nossos associados, com soluções que abarcam a qualificação profissional se seus colaboradores, palestras com conteúdo extremamente relevantes, suporte jurídico em ações que têm gerado ótimos resultados.
JC – Quais são os projetos propostos para os seus associados?
Zildo De Marchi – Realizar eventos com conteúdo relevante, como o Café Tributário, Café com Sustentabilidade, Café de Negócios, Café com RH, proporcionando a cada público atualização, conhecimento de novas práticas, inovação e networking. Oportunizar aos associados mais encontros com representantes dos poderes executivos e legislativos, governador, deputados, para que possam ser ouvidos nas suas demandas. Ampliar o portfólio de produtos oferecidos, através de novos parceiros. Aproximar e levar ao conhecimento dos empresários projetos desenvolvidos pela Fecomércio-RS, que podem contribuir para a melhoria dos seus negócios com o LabFecomércio, o Programa Representa , o Clube de Gestão, entre outros que possuem acesso facilitado quando a empresa é associada ao Sindicato.
JC – Como avalia o momento atual da economia do Brasil e o desempenho no Rio Grande do Sul?
Zildo De Marchi – O ano de 2023 começou com uma expectativa desafiadora, em um cenário pós-pandemia e pós-eleições. Uma pandemia que mudou o mundo sob vários aspectos, influenciando até mesmo na forma de fazermos negócios, e uma eleição que dividiu o País. O governo do Rio Grande do Sul tem demonstrado preocupação em tornar nosso Estado mais competitivo, tivemos alguns avanços importantes. Muito precisa ser feito, porém devemos reconhecer que certas manobras são complexas e exigem tempo para serem concretizadas. Nossos associados, assim como a maioria das empresas no mundo, tiveram lições importantes na pandemia. O atacadista passou a ser mais objetivo e prático, simplificou e enxugou processos, enfim, focou mais no essencial e deixou de lado o que consumia tempo e dinheiro sem muito resultado. As soluções tecnológicas passaram a ser uma busca mais constante dos nossos associados neste período. Em termos de desempenho, no cenário instável que vivemos, estamos percebendo associados que relatam um crescimento razoável ou que estão mantendo volumes de negócios similares ao ano passado.
JC – Quais as ações realizadas para apoiar e valorizar os seus associados?
Zildo De Marchi – Sabemos que uma das grandes dificuldades das empresas é pesada e complicada carga tributária. Os dirigentes do sindicato têm atuado, juntamente com a assessoria jurídica tributária, para levar as pautas do setor tanto nas esferas estaduais como nacionais. Estamos participando, junto à Sefaz-RS, do Programa Desenvolve RS. Nas lives dos “Diálogos Setoriais”, estamos analisando junto com a Receita Estadual o desempenho do setor de Atacado, mediante apresentação de dados e indicadores levantados. Isto nos permite conhecer os dados oficiais.
Descubra mais sobre Jornal Alfredo Wagner Online
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.