A ministra decidiu rebater informações do jornal Estadão, que alegou que Lula teria ajudado um candidato nas eleições da Argentina e assim derrubar Javier Milei, representante da extrema-direita
No começo desta semana, o jornal ‘Estadão’ publicou um artigo sobre um empréstimo, onde supostamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria atuado diretamente para emprestar US$ 1 bilhão para a Argentina com o objetivo de ajudar Sergio Massa, que é ministro da economia, na corrida presidencial do país vizinho e impedir a vitória do extremista de direita Javier Milei.
Após a repercussão da notícia, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, decidiu desmentir o conteúdo da matéria do Estadão em entrevista à CNN Brasil.
O jornal afirmou que Tebet teria recebido um telefonema no qual Lula teria pedido para que ela liberasse o empréstimo à Argentina através da Comunidade Andina de Fomento (CAF), o Banco de Desenvolvimento da América Latina, onde a ministra é a governadora brasileira no banco multilateral.
“Lula não me ligou (…) Despachei com minha secretária de assuntos internacionais, que disse que os demais países votariam a favor”, disse Tebet.
Tebet informou que houve uma votação feita pelos países membros do CAF com relação a um empréstimo solicitado pela Argentina no valor de US$ 1 bilhão para suprir sua escassez de reservas, onde 19 votos dos 21 países membros votaram para a liberação dos valores.
“Diferentemente do que vem sendo repercutido, o empréstimo de 1 bilhão de dólares feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) não teve intervenção do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também ao contrário do informado, o Chefe de Estado brasileiro não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet”, diz um trecho da nota da Secom.
A ministra ainda detalhou a participação do Brasil na questão envolvendo o empréstimo: “O Brasil possui 8,8% do capital da instituição e é seu quarto maior acionista, atrás de Colômbia, Peru e Argentina. O CAF é um banco multilateral de desenvolvimento, hoje com uma carteira ativa de mais de US$ 4 bilhões de empréstimos para o Brasil. A decisão pelo empréstimo do CAF à Argentina foi aprovada em 28 de julho pela diretoria do banco formado pelos países membros. O empréstimo foi aprovado com 19 votos dos 21 possíveis. O Brasil possui um voto, enquanto outros cinco países (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) possuem dois votos”, contou.
De acordo com o ‘ICL Notícias’, além do empréstimo à Argentina não depender exclusivamente do governo brasileiro, o país vizinho já quitou totalmente a dívida com o banco multilateral, em 25 de agosto – 5 dias antes do previsto.
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