“Se o bloco continuar a se expandir com membros que têm relações tensas com os EUA, isso pode ser interpretado como um planejamento político e econômico que diverge dos interesses norte-americanos.”, diz Jefferson Laatus, chefe-estrategista da Laatus.Jefferson Laatus, chefe-estrategista da Laatus.
“A entrada de novos países no BRICS pode fortalecer a influência geopolítica do bloco, mas também apresenta riscos para as relações comerciais do Brasil com os EUA. A Venezuela e a Nicarágua foram excluídas da lista de potenciais novos parceiros, uma decisão que reflete o desejo do Brasil de evitar a inclusão de países cujas eleições são amplamente contestadas, como as últimas na Venezuela, que geraram desconfiança tanto no governo americano quanto no brasileiro.Hoje, os membros do BRICS definiram a lista de países que poderão aderir ao grupo, incluindo Belarus, Cuba e Vietnã, que possuem tensões diretas com os EUA. A inclusão de regimes contestados pode resultar em repercussões econômicas significativas para o Brasil. O presidente Lula já expressou sua oposição a essa expansão, buscando preservar a estabilidade econômica e as transações comerciais do país, especialmente com a perspectiva de que o Brasil liderará o bloco no próximo ano”, Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.
“A entrada de novos países ao BRICS pode aumentar a influência geopolítica do bloco, resultando em um alinhamento que rivalize com o G7, do qual os EUA fazem parte. Caso as relações Brasil-EUA enfraqueçam, há riscos de retaliação comercial, perda de investimentos ou sanções, impactando setores sensíveis como exportações de commodities e acordos financeiros. Por isso, acredito que deve ser tratado com bastante cautela a entrada desses países que tem uma democracia um pouco mais contestada para que não atrapalhe as transações econômica do Brasil. O presidente Lula, em suas últimas declarações, já sinalizou ser contra a entrada desses países no BRICS, e isso já acaba dando uma certa tranquilidade ao mercado, e lembrando que o Brasil a partir do ano que vem vai liderar o bloco econômico. A liderança do bloco econômico sempre tem uma rotatividade entre os países, e no BRICS atualmente é a Rússia. A ampliação pode influenciar as políticas monetárias brasileiras, caso o BRICS incentive medidas econômicas conjuntas, como mudanças nas taxas de câmbio e reservas internacionais, visando menos dependência do dólar. A diversificação de parcerias comerciais dentro do BRICS poderia diminuir a dependência brasileira do mercado americano, promovendo maior estabilidade nas exportações, atraindo investimentos e fortalecendo cadeias produtivas com países como China e Índia”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.
“A entrada de novos países no BRICS pode alterar significativamente a dinâmica comercial entre Brasil e Estados Unidos, à medida que o bloco se expande e ganha maior relevância geopolítica e econômica. Se a influência do BRICS crescer, especialmente com a inclusão de países como Cuba, Belarus, e outros com tensões diplomáticas com o Ocidente, o Brasil pode enfrentar pressões comerciais e políticas dos EUA. Atualmente, os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil, especialmente no setor de commodities e produtos manufaturados. Uma percepção de alinhamento brasileiro com regimes ou países considerados antiocidentais pode resultar em sanções ou restrições comerciais, prejudicando setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e a exportação de matérias-primas. A ampliação do BRICS também pode influenciar a política monetária do Brasil. Com a entrada de novos membros, o bloco pode pressionar por uma maior utilização de moedas locais nas transações comerciais entre os países membros, reduzindo a dependência do dólar americano. Isso poderia impactar a política de câmbio do Brasil e até mesmo influenciar decisões sobre reservas cambiais e a política de juros. No entanto, essa transição não é simples, já que o dólar ainda domina o comércio internacional. Um afastamento excessivo do sistema financeiro ocidental, liderado pelos EUA, poderia desestabilizar a economia brasileira, afetando a confiança dos investidores e resultando em maior volatilidade nos mercados. Por fim, a diversificação de parcerias comerciais dentro dos BRICS poderia reduzir a dependência do Brasil em relação ao mercado americano, mas essa estratégia tem seus desafios. Se bem-sucedida, poderia abrir novas oportunidades de exportação para mercados como China e Índia, os dois gigantes econômicos do BRICS. No entanto, essa diversificação exige uma infraestrutura robusta e políticas comerciais que favoreçam o Brasil em meio à competição com outros países emergentes. Além disso, o Brasil precisaria equilibrar cuidadosamente suas relações com os EUA, uma vez que o mercado americano ainda representa uma fonte significativa de investimento e inovação tecnológica, essenciais para a modernização da economia brasileira!”, Felipe Vasconcellos, Sócio da Equss Capital.
“A inclusão de novos países no BRICS, especialmente aqueles com posições políticas e econômicas controversas, como Cuba e Bielo-Rússia, pode gerar conflito nas relações econômicas do Brasil com os Estados Unidos. Se o bloco continuar a se expandir com membros que têm relações tensas com os EUA, isso pode ser interpretado como um planejamento político e econômico que diverge dos interesses norte-americanos. Esse cenário pode, na última análise, gerar repercussões comerciais e financeiras negativas para o Brasil, como barreiras tarifárias, avaliações econômicas ou mesmo a redução de investimentos. A ampliação do BRICS tem potencial para impactar a política monetária brasileira, principalmente no que diz respeito à diversificação das reservas internacionais e à possível criação de mecanismos alternativos ao dólar, como uma moeda comum para o comércio entre os membros do bloco. Caso o BRICS avance nas propostas para reduzir a dependência do dólar, o Brasil poderia começar a diversificar suas reservas para incluir outras moedas de países dos membros ou mesmo uma moeda alternativa do bloco, o que poderia reduzir a exposição ao dólar. Caso o Brasil priorize novos parceiros do BRICS, poderá haver uma redução do fluxo de negociações com os EUA, o que impactaria o saldo comercial e a balança de pagamentos”, Jefferson Laatus, chefe-estrategista da Laatus.Jefferson Laatus, chefe-estrategista da Laatus.
“A inclusão de países como Nicarágua e Venezuela no BRICS, foi vetada, porém ainda está em votação os pedidos de participação de Cuba e Belarus e outros países de regismes contestados e que podem criar tensões comerciais e diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Esses países têm históricos de conflitos com os EUA, o que pode prejudicar acordos comerciais e investimentos importantes para a economia brasileira. Caso o Brasil se aproxime ainda mais do BRICS, há o risco de perder parte do acesso ao mercado americano, gerando incertezas para setores dependentes desse relacionamento. Além disso, a ampliação do BRICS pode impactar a política monetária do Brasil, uma vez que o país poderia diminuir sua dependência do dólar e encontrar mais flexibilidade econômica ao diversificar suas fontes de crédito e comércio dentro do bloco. No entanto, essa diversificação de parcerias precisa ser avaliada com cautela, pois, embora possa diminuir a dependência do mercado americano, os EUA continuam sendo um dos principais parceiros comerciais e investidores no Brasil, e um distanciamento pode trazer perdas econômicas significativas”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
Isabela Pacheco |
Descubra mais sobre Jornal Alfredo Wagner Online
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.