Resenha do filme: A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas é uma charmosa adaptação do romance de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows, lançada recentemente na Netflix. Ambientado na ilha britânica de Guernsey logo após a Segunda Guerra Mundial, o filme segue Juliet Ashton (Lily James), uma jovem escritora londrina que, ao buscar um tema para seu próximo livro, descobre uma peculiar sociedade literária que floresceu em meio às dificuldades da ocupação alemã.

O título intrigante e aparentemente simples da sociedade — que se reúne ao redor de uma torta de casca de batatas — encobre a profundidade dos vínculos formados entre seus membros, onde a literatura surge como uma verdadeira salvação. Esses encontros, marcados por leituras que variam de Charles Lamb a Brontë, mantêm a chama da esperança acesa e ajudam os moradores a suportarem tempos difíceis. Ao se aprofundar na história dos membros da sociedade, Juliet descobre histórias de resistência, de amor e de perda, e, aos poucos, essas pessoas comuns revelam o poder transformador dos livros e da amizade.

Dirigido por Mike Newell, o filme destaca-se pela ambientação cativante, que contrasta a beleza natural da ilha com os traumas da guerra. A escolha cuidadosa do elenco também enriquece a narrativa; personagens como Dawsey Adams (Michiel Huisman), o bondoso fazendeiro que inicialmente contata Juliet, e Amelia (Penelope Wilton), uma mulher que carrega o peso de muitas perdas, tornam a história envolvente e humana.

O filme é mais do que uma simples história de mistério ou romance; é uma homenagem ao poder dos livros e ao impacto da literatura em tempos de provação. A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas mostra como as palavras e as ideias podem atravessar dificuldades e unir as pessoas, criando laços duradouros e lembranças poderosas. Ao mesmo tempo, aborda temas universais de perdão e superação, especialmente ao iluminar os traumas que muitas vezes ficam escondidos nos recônditos das relações humanas.

Para os leitores e futuros membros de um clube do livro, este filme é uma inspiradora introdução ao que a literatura pode oferecer — um meio de conexão, um refúgio e uma forma de refletir sobre o que há de mais humano em nós. Ideal para dar início às discussões e estimular o gosto pela leitura, A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas é um convite para mergulhar em histórias que ecoam com a vida e que, como este filme, deixam uma marca duradoura.