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Colônia Militar Santa Tereza: raízes históricas e laços familiares de Alfredo Wagner

Em 1853, um decreto imperial marcou o início de uma nova era para a região que viria a se tornar Alfredo Wagner, com a criação da Colônia Militar Santa Tereza. Localizada em terras férteis e estratégicas, a colônia foi projetada para servir tanto à defesa quanto à ocupação do território. Décadas depois, seus moradores e descendentes seriam protagonistas de uma história rica, pontuada por laços familiares, cargos militares e civis, e acontecimentos que moldaram a identidade local.

Os pioneiros e seus laços familiares

A lista de moradores da Colônia Militar Santa Tereza é um retrato vivo da composição social da época. Nomes como Ferreira, Silva e Santos se repetem ao longo dos registros, indicando a presença de grandes famílias que, com suas conexões, formaram a base da comunidade local.

Entre os destaques está a família Ferreira. Ramires José Ferreira aparece em 1869 como estafeta, uma função essencial para a comunicação entre os moradores e os órgãos do governo. Anos depois, Zeferino Antonio Ferreira surge como capitão honorário e diretor da colônia em 1871, ilustrando a ascensão social possível para aqueles que contribuíam significativamente para o desenvolvimento local.

Funções e cargos na Colônia

A colônia era um microcosmo de funções e responsabilidades, refletindo a diversidade de origens e habilidades dos seus moradores:

Diretores e Líderes Locais: João de Souza Mello e Alvim foi o primeiro diretor da colônia, assumindo o cargo em 1855. Sua liderança estabeleceu as bases administrativas que permitiram o crescimento da colônia.

Veteranos Militares: Diversos moradores eram ex-voluntários da pátria, como José Fernandes do Amaral, que se estabeleceu com sua família em 1871. Essas figuras trouxeram disciplina e organização, influenciando o caráter da comunidade.

Escrivães e Ajudantes: O papel de escrivão era crucial para o funcionamento da colônia. Augusto Fausto da Luz, mencionado em 1888, era responsável por registros fiscais e administrativos.

Aspectos curiosos e conflitos

Os registros também incluem relatos intrigantes que ilustram os desafios sociais e culturais enfrentados pelos moradores. Um exemplo é o episódio de 1887 envolvendo Thomé Januário da Cruz, um colono que raptou Arminda Lourenço, filha de Manoel Francisco Lourenço. Esse incidente, embora trágico, revela as tensões sociais e os costumes que permeavam a vida na colônia.

Outros eventos, como a aquisição de 300 mil braças de terra por Julia Jacinta da Conceição em 1888, destacam a presença ativa das mulheres na economia local, uma realidade frequentemente ofuscada pelos relatos masculinos da época.

Perspectiva genealógica e histórica

Analisar os registros da Colônia Militar Santa Tereza é como montar um quebra-cabeça genealógico e histórico. Cada nome representa uma história, cada cargo reflete uma responsabilidade, e cada data marca um momento crucial. A memória da colônia é perpetuada no próprio nome Alfredo Wagner, uma homenagem a Alfredo Henrique Wagner, um dos seus ilustres moradores.

A preservação e a organização desses documentos, como demonstrado nesta lista, são fundamentais para entender as origens da cidade. Eles oferecem não apenas um vislumbre da vida cotidiana, mas também uma conexão tangível com o passado.

Conclusão

A história da Colônia Militar Santa Tereza é um testemunho da resiliência e do espírito comunitário dos seus moradores. De lideranças militares a pioneiros agrícolas, cada indivíduo contribuiu para transformar a região no que hoje conhecemos como Alfredo Wagner.

Este artigo é apenas o início de uma jornada para redescobrir as histórias que moldaram a identidade local. Continuar a explorar e compartilhar essas memórias é essencial para honrar o legado daqueles que fincaram suas raízes neste solo abençoado.

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