Ao longo da vida, encontramos desafios que parecem nos sufocar, momentos em que nossas forças falham e o horizonte se escurece. São períodos de desânimo, de tentações que nos levam a questionar o propósito de nossas dores e a bondade divina. No entanto, se olharmos com olhos de fé, perceberemos que, mesmo nas maiores dificuldades humanas, a superabundância das graças de Deus nunca nos falta.
No Natal, contemplamos um exemplo sublime dessa realidade. O Menino Jesus nasceu na pobreza extrema de um estábulo, rejeitado pelos homens. Nossa Senhora e São José enfrentaram a humilhação, o desconforto e o aparente abandono. Todavia, no meio daquela simplicidade, Deus manifestou uma torrente de graças que transformou aquele cenário humilde no centro da História. Os anjos cantaram, os pastores adoraram, e os Reis Magos, vindos de terras longínquas, dobraram seus joelhos diante do Salvador.
Assim também ocorre em nossas vidas. Deus, em Sua infinita sabedoria, permite que enfrentemos adversidades para que reconheçamos a nossa pequenez e nos abramos à ação da graça. Quando nos sentimos impotentes, é exatamente aí que Ele derrama sobre nós Sua força. Como dizia São Paulo: “Porque, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10).
As dificuldades humanas podem ser vistas como terreno fértil para a ação divina. Se cultivarmos em nossos corações a humildade e a confiança, o Senhor nos suprirá com uma medida transbordante de Suas graças. A cada momento de tribulação, Ele nos oferece a chance de nos unirmos ao sacrifício redentor de Cristo, transformando nossas dores em instrumentos de salvação, para nós e para os outros.
É preciso, no entanto, recorrer frequentemente aos meios que Deus nos concede. A oração fervorosa é o canal por onde flui a graça; os sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Confissão, são fontes de renovação espiritual. E, sobretudo, devemos confiar na intercessão de Nossa Senhora, medianeira de todas as graças.
Maria, que esteve ao lado de Jesus desde o Presépio até a Cruz, é a nossa Mãe amorosa, pronta para nos socorrer em todas as provações. Ao confiarmos nela, como crianças que buscam o colo da mãe, encontraremos consolo, força e direção.
Assim, mesmo em meio às maiores dificuldades humanas, jamais percamos de vista a superabundância das graças que Deus derrama sobre aqueles que confiam n’Ele. Que esta reflexão nos anime a enfrentar os desafios com fé, com a certeza de que, assim como o Natal foi a aurora de um tempo de esperança, também as nossas provações serão transfiguradas pela ação divina em nossa vida.
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