A tradição da bênção de São Brás: uma ponte de séculos entre a Fé e a Devoção
Belezas de Alfredo Wagner/SC História Notícias Religião

A tradição da bênção de São Brás: uma ponte de séculos entre a Fé e a Devoção

No dia 3 de fevereiro, a Igreja celebra a memória de São Brás, bispo e mártir do século IV, cuja intercessão é tradicionalmente invocada para a proteção contra os males da garganta. A devoção a este santo atravessou os séculos, mantendo-se viva até os dias de hoje, como testemunhado na celebração especial realizada em nossa capela, onde a bênção das gargantas reuniu os fiéis em um momento de grande significado espiritual.

A Vida de São Brás

São Brás foi bispo de Sebaste, na Armênia, e viveu em um período de intensa perseguição aos cristãos. Segundo a tradição, ele era um homem de profunda piedade e sabedoria, conhecido por seu zelo apostólico e pela assistência aos necessitados. Em uma das passagens mais conhecidas de sua hagiografia, conta-se que ele salvou um menino que estava sufocando com uma espinha de peixe presa na garganta. Por esse motivo, tornou-se o padroeiro contra os males da garganta, e sua bênção anual tornou-se um rito amplamente difundido na Igreja.

Brás foi preso e torturado durante as perseguições de Licínio, permanecendo firme na fé até seu martírio. Seu testemunho de coragem e confiança em Deus fez com que sua devoção se espalhasse por toda a cristandade, sendo venerado especialmente na Europa e na América Latina.

A Bênção das Gargantas: Um Rito que Atravessa os Séculos

Na manhã de domingo, nossa capela reviveu essa tradição que remonta a muitos séculos. Com duas velas abençoadas cruzadas diante do pescoço dos fiéis, o Pároco, Pe. Leandro Kammers, invocou a intercessão de São Brás para que todos fossem protegidos das enfermidades da garganta e de qualquer outro mal. Foi um momento de grande emoção, que uniu a comunidade em oração e fé.

O tempo pareceu se dobrar sobre si mesmo: de um lado, a história de um bispo do século IV, que enfrentou a perseguição e a morte por amor a Cristo; de outro, uma pequena comunidade reunida em pleno século XXI, perpetuando um gesto de fé que já foi repetido incontáveis vezes ao longo dos séculos. A distância temporal entre a vida de São Brás e nossa celebração apenas ressalta a força da tradição cristã e a continuidade da devoção ao longo das gerações.

A Importância da Fé e da Tradição

A participação dos fiéis na celebração foi expressiva, e o rito, que durou quase dez minutos, deixou uma marca profunda nos corações dos presentes. Em um mundo onde tantas tradições se perdem no ritmo acelerado da vida moderna, é reconfortante ver a permanência de rituais que nos ligam a uma herança espiritual tão antiga e significativa.

Que a intercessão de São Brás continue a proteger a todos nós, fortalecendo-nos na fé e mantendo viva a esperança na providência divina.