Desde o início da guerra entre Ucrânia e Rússia, Volodymyr Zelensky tem sido a principal figura da resistência ucraniana. Seu papel como líder de uma nação em guerra conferiu-lhe a imagem de um estadista determinado e corajoso. No entanto, em sua recente reunião com Donald Trump, Zelensky cometeu um erro fundamental: ele compareceu desarmado, diplomaticamente falando.
Como um líder eslavo que encarna o espírito de resistência nacional, Zelensky tem se destacado na esfera militar e midiática. Mas a guerra não é travada apenas no campo de batalha. A diplomacia é uma arma tão crucial quanto as armas convencionais, e a Ucrânia parece ter negligenciado essa frente.
O erro diplomático da Ucrânia
Todo país tem uma figura que, de certa forma, representa sua diplomacia no cenário internacional. No caso da Ucrânia, essa liderança diplomática ainda não foi consolidada. Enquanto Zelensky tem se posicionado como o porta-voz da luta contra a invasão russa, ele deveria ter ao seu lado um diplomata de peso, capaz de construir alianças duradouras e ampliar o apoio à causa ucraniana.
Ao se encontrar com Trump, o atual presidente dos EUA, na Casa Branca, Zelensky teve uma oportunidade valiosa de reforçar laços e garantir apoio. No entanto, sua abordagem pareceu mais centrada na urgência militar do que em uma estratégia de longo prazo. Ele esqueceu que a diplomacia não é apenas pedir ajuda, mas também criar pontes e oferecer contrapartidas estratégicas. Um país como os EUA jamais irá interferir numa guerra sem ter um retorno considerável. Isso poderia ser negociado sem que a nação perdesse sua autonomia.
Lições da história
A história oferece exemplos notáveis de como a diplomacia pode redefinir o destino de uma nação. A França, por exemplo, brilhou no Congresso de Viena (1815), onde, mesmo derrotada por Napoleão, conseguiu manter uma posição relevante no concerto europeu graças à habilidade diplomática de Talleyrand. O Brasil, por sua vez, tem uma tradição diplomática respeitável, que evitou grandes conflitos e consolidou sua influência regional. Já o Vaticano, com sua diplomacia milenar, tem um papel crucial na mediação de conflitos e na preservação da paz mundial.
O que ainda pode ser feito
Ainda há tempo para a Ucrânia corrigir essa rota. Zelensky deve reconhecer que a diplomacia é tão vital quanto a estratégia militar. Encontrar uma figura que represente a Ucrânia no campo diplomático é essencial para garantir negociações bem-sucedidas e um apoio mais consistente no exterior.
Além disso, parcerias com países de tradição diplomática forte, como França, Brasil e Vaticano, poderiam ampliar as possibilidades de solução para o conflito. A força é necessária na defesa de um país, mas é a diplomacia que constrói o futuro. Se a Ucrânia deseja garantir sua soberania e reestruturação, precisa agir imediatamente para fortalecer sua frente diplomática.