Nesta semana do Dia Internacional da Mulher, a Associação de Magistrados Catarinenses promoveu, nas redes sociais, a campanha #maismulheres. Uma série com cinco vídeos mostra magistradas falando sobre assédio, violência virtual, violência psicológica, relação entre carreira e maternidade e a conquista de espaço para mulheres no Poder Judiciário.
O objetivo da campanha foi fortalecer a imagem da magistratura catarinense perante o público externo ao Poder Judiciário, falando abertamente sobre temas relacionados aos direitos e ao cotidiano das mulheres.
Os vídeos foram publicados ao longo da semana nos perfis da AMC no Facebook e no Twitter com um alcance de público que já ultrapassa 60 mil pessoas. Participaram da campanha as magistradas Anuska Felski, Denise Volpato, Michele Vargas e Fabiane Gerent e Jussara Wandscheer.
O tema “A Violência não é só física” é tratado por Michele Vargas, Juiza catarinense. Acompanhe:
É muito importante falar sobre violência contra Mulher porque a informação é uma forma de poder. A partir do momento em que a mulher conseguir identificar que aquilo que ela está vivenciando é uma forma de violência e que existe uma estrutura que busca protegê-la, ela vai ficar uma mulher mais forte e vai conseguir se defender de tudo isso que acaba vivenciando.
A violência contra a mulher pode ser considerada por qualquer ato ou omissão que possa causar algum tipo de lesão, morte, também existe a violência psicológica, a violência moral, a violência sexual e também a violência patrimonial.
Muitas vezes o ciclo da violência começa com uma humilhação, um xingamento: “Ah, você está gorda!”, “Você está feia”, “Você é burra”, “Você não é capaz””, etc e isso depois evolui para uma violência física e muitas das violências físicas evoluem para o feminicídio.
É preciso que a mulher, quando verificar na sua relação, que está sendo submetida a esse tipo de violência, um xingamento… CONTE PARA ALGUÉM, fale para um familiar, para uma amiga, porque não é raro que neste ciclo da violência o homem também acabe enfraquecendo a rede da mulher: começa a encrencar com as amigas, brigar com a família, e a mulher vai se isolando cada vez mais.
Então é importante que a mulher busque ajuda, seja do seu círculo social, mas também institucional e possa tornar pública essa violência sofrida para que os órgãos possam agir nos termos da lei.