carro de boi e pessoas em volta foto antiga
Cultura História Memória

O passado como educação – Preservar: um compromisso com o futuro

A história de uma comunidade se reflete em seu patrimônio. Infelizmente, na Capital das Nascentes, muitos monumentos foram negligenciados e poucos resistiram ao tempo. Contudo, iniciativas vêm sendo realizadas por todo o Estado de Santa Catarina para resgatar esses marcos históricos e garantir sua preservação para futuras gerações.

Um exemplo desse compromisso é a memória oral transmitida por aqueles que viveram e ajudaram a construir a história local. Os alfredenses, especialmente os moradores mais antigos com quem conversei, relataram a vida cotidiana no final do século XIX e início do século XX. Segundo os relatos, as casas eram erguidas com madeira trabalhada manualmente, sem ferramentas industriais modernas. O conhecimento sobre marcenaria, moagem e produção de alimentos era passado de geração em geração, mantendo tradições que hoje servem como referência para pesquisadores e historiadores.

Os antigos engenhos de farinha e açúcar eram comuns em várias propriedades. Cada família produzia seus próprios mantimentos, desde farinha de mandioca até açúcar mascavo. O trabalho na roça começava cedo, e as crianças também tinham suas responsabilidades, como levar grãos para serem moídos ou ajudar no plantio e colheita. O vestuário era costurado à mão, com tecidos comprados em grandes peças e transformados em roupas pela própria família.

A vida social girava em torno da igreja e das festividades comunitárias. Os encontros de namorados aconteciam nos domingos, após a missa, e o casamento era um evento celebrado tanto na igreja quanto em casa, com festas que reuniam toda a vizinhança. Enxovais eram preparados artesanalmente, com bordados feitos pelas próprias noivas.

Essas histórias demonstram a importância da preservação do patrimônio histórico, não apenas material, mas também imaterial. A oralidade e os relatos dos mais velhos são fontes valiosas para compreender os costumes, valores e modos de vida de tempos passados.

Portanto, iniciativas de resgate histórico, como o registro de testemunhos e a recuperação de edificações antigas, são essenciais para fortalecer a identidade cultural e educar as futuras gerações. Que possamos caminhar juntos nessa missão de valorizar nosso passado para construir um futuro mais consciente e conectado com nossas raízes.

Veja este exemplo publicado pelo Vale Agrícola e que nos mostra como foi a colonização italiana em Santa Catarina. A vida era muito parecida com a dos nossos antepassados, não acham?

Mauro Demarchi
Editor
Jornal Alfredo Wagner Online