Quando no domingo dia 9 de janeiro de 2010 fui chamado para fotografar a área devastada por uma tromba d´água no Rio Adaga em Alfredo Wagner, a Capital Catarinense das Nascentes, não imaginava que aquela seria a gota d´água que faria transbordar minhas reflexões sobre a ecologia e a nova religião verde.
As pessoas religiosas, de qualquer religião, acreditam na existência de um paraíso na Terra do qual o homem foi expulso por causa do pecado de nossos primeiros pais.
Considerada primitiva e sem comprovação científica por alguns homens “sábios”, a ideia de um Paraíso onde Adão e Eva viviam felizes, sem doença, dominando tudo, sempre foi ridicularizada e desacreditada.
Entretanto, os mesmos “sábios” querem transformar esta terra num paraíso, ainda que artificial, mas procurando erradicar todas doenças, pobreza e males. A natureza foi santificada e deificada, transformada em mãe extremosa e carinhosa. Esta nova religião irreligiosa culpa os homens por qualquer cataclismo que ocorra, pois mãe tão bondosa jamais seria culpada por tantos males.
Eles se esquecem que não vivemos mais num paraíso. Será impossível transformar esta terra de exílio num local onde desaparecerão todas as dores e sofrimentos.
A ecologia tem que repensar seus argumentos pois a natureza é vingativa, destruidora, voraz e incontrolável. Quando menos se espera uma comunidade pacata vivendo à sombra de árvores centenárias pode ser enterrada em questões de minutos. E a utopia de que a vivemos num paraíso não traz benefício algum.
Fui levado a estas considerações observando meu cachorro. Ele detesta o verde. destrói toda planta que encontra pela frente. E tem mais, abomina o lagarto que pachorrentamente passeia pelo jardim da minha casa nos dias de sol, ou quando a gata da vizinha passa pelo território dele em busca de comida.
Essa é a natureza e ela pode se voltar contra você a qualquer momento, quando você menos espera.
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