Guia para boicotar empresas que apoiam a causa gay
Por Guy Franco | Guy Franco – sex, 27 de mar de 2015
Nos últimos tempos, políticos brasileiros preocupadíssimos com a destruição da família propõem boicote à novela Babilônia. O deputado Marco Feliciano propõe modestamente o boicote à Natura também, pois a empresa patrocina uma novela que “passa uma imagem muito negativa”. A bancada evangélica preocupa-se demais com a sexualidade alheia. Trabalhar que é bom, nada.
Já disseram, o controle-remoto é a maior ferramenta da democracia no mundo moderno – ou algo assim.
Por conta dos comentários dos estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana, que são contra a adoção de crianças por casais gays, militantes LGBT também fazem o seu próprio boicote.
Transformar o sentido da vida, de um passeio no parque a compras no supermercado, em ato político, é expediente do mundo moderno.
Que vida chata!
Os discursos do nosso deputado e dos militantes me fazem rir, mas são legítimos e, enquanto não virar decreto, não tenho por que me opor. Ninguém está impondo nenhuma lei. Enquanto não se meterem na política interna dos outros está valendo.
Eu mesmo dou o maior apoio aos boicotes, por isso quero listar aqui algumas das empresas que apoiam a causa gay para facilitar o trabalho da bancada evangélica e seus seguidores.
Primeiro, esqueçam de usar o computador. Sem Microsoft, Apple, Google, Facebook e Twitter, empresas que pressionam a Suprema Corte dos Estados Unidos a aprovar o casamento gay em todos os estados do país. Não usem nada com a tecnologia Intel.
Se forem mesmo ousados, nunca mais bebam refrigerante. Esqueçam Coca-Cola, Fanta e Pepsi. O mesmo vale para salgadinhos da Elma Chips, Toddy e Gatorade.
Nada de comprarem na Amazon ou no eBay. E se encontrarem outra loja virtual, que não seja o Groupon, lembrem-se de que não usarão o cartão Visa.
Nunca mais joguem Fifa, Battlefield, The Sims, Need for Speed ou qualquer outro jogo da Electronic Arts.
A Disney também assinou o documento que pressiona a Suprema Corte dos Estados Unidos. Portanto, quando sua filha pedir uma lancheira de uma das princesas, já sabem o que fazer. Boicotem com gosto. Dêem adeus aos filmes da Pixar e até nunca mais à Marvel. Star Wars? Assistam aos genéricos. Há uma infinidade por aí.
MTV? Não é uma opção; Nickelodeon, tampouco.
Se eu vir algum de vocês no Starbucks, denunciarei ao senador Magno Malta. E perderão pontos aqueles que estiverem usando tênis Nike e calça Levi’s.
Pelo bem da família, deixem de usar produtos Johnson & Johnson agora mesmo. Se precisarem de algum remédio da Pfizer, terão de se virar com um xamã.
Em busca do lucro, o capitalismo e as megacorporações são favoráveis ao casamento gay. Em busca do voto, os nossos políticos evitam tratar do assunto.
É pena que não deixem o neoliberalismo acordar por aqui.
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