Bibliotecas públicas municipais pelo Estado de Santa Catarina estão descartando livros, alegando que já não tem mais utilidade para estudantes e jovens. Um equívoco lamentável de quem não tem cultura e não dá valor ao que se publicou ao longo de séculos de pensamento humano. Um homem, entretanto, vivendo do lixo do qual tirava seu sustento e o de sua família, reúne os livros que encontrava numa rica biblioteca e dali saiu para um doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina. Seres humanos com visões diferentes!
Ex-catador que recolheu 3 mil livros no lixão se prepara para concluir o doutorado na UFSC
Dorival Filho passou mais de 15 anos no lixão em São Paulo e agora é doutorando em Linguística em Florianópolis
“Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas ruins não tinham existido” (Vidas Secas)
A frase retirada do romance Vidas Secas, do escritor brasileiro Graciliano Ramos, resume bem a história de Dorival Gonçalves Santos Filho, 33 anos. Mas com um detalhe: as coisas ruins da vida dele existiram. Dorival passou mais de 15 anos tirando o sustento do que foi descartado pelos outros, no lixão. A reviravolta veio das páginas dos livros, recolhidos no ambiente de invisibilidade, como ele define. Foram mais de 3 mil obras, incluindo um de seus preferidos e com o qual se identifica, o Vidas Secas. Hoje, Dorival ou Dody, como é conhecido, cursa doutorado em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis.
A primeira lembrança dele do lixão, que com um código próprio chamavam de garimpo, remete aos quatro anos. Quando acompanhado da mãe, das duas irmãs mais velhas e de uma mamadeira já remexia os entulhos em busca de ouro, como era chamado o cobre, ou prata, que era o alumínio.
Confira toda a história do ex-catador de lixo em reportagem especial.
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