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O cinema em Alfredo Wagner

A historia do cinema na Capital das Nascentes tem um nome: José de Campos. Empreendedor, José de Campos, seguindo o exemplo de seus irmãos em outras cidades, instalou em terreno de sua propriedade o Cine Marajó. Vamos conhecer um pouco desta história.

A história do cinema mundial representou um passo a passo do ser humano para projetar em tela sua visão particular do mundo.

Ao longo dos anos muitas técnicas foram utilizadas, aprimoradas e reinventadas. O cinema, em seu nascedouro, teve gênios, cujos nomes ficaram registrados como, por exemplo, os irmãos Lumière, Thomas Edison, Joseph Plateau, entre tantos outros.

Primeiro se desenvolveu a técnica de capturar as imagens, concomitantemente, foi dado movimento às figuras, e por fim, a projeção das cenas filmadas.  A partir daí o cinema não parou mais de se aprimorar.

As salas de cinema, onde eram exibidas os filmes, foram se multiplicando pelo mundo afora, atraindo sempre muita gente.

Quando a televisão chegou ao Brasil na década de cinquenta, o cinema foi instalado na futura Alfredo Wagner.

Passo a palavra para Celita Angeloni, filha de José de Campos, que assim relata no livro que conta a biografia de seu pai:

(…) Na década de 50, ele (José de Campos) escolheu uma de suas terras, próximo à Rua do Comércio, para instalar uma Sala de Cinema. Construiu José, à Rua Hercílio Luz (onde hoje está a Igreja Evangélica de confissão Luterana no Brasil – Centro), um casarão, com frente de alvenaria e o restante de madeira, como era costume na época, para a projeção de filmes.

A máquina de projeção José adquiriu em São Paulo, bem como o gerador de energia elétrica.

Os filmes – em preto e branco – tinham enredos sobre bang bang, religião, amor, viagem ao Havaí, índios e americanos. Vinham os filmes de Florianópolis pelo correio: e o pagamento do aluguel, José remetia junto com a devolução dos mesmos, também pelo Correio.

As sessões de cinema eram animadas por alto-falantes, cujo som vinha de uma vitrola, movida a manivela, onde girava lentamente o disco de plástico, preto, pesado, de tamanho médio. Celita Angeloni, “José de Campos, Uma história para contar”, Editora Secco, Florianópolis, 2007, pp 132

Quarta-feira a noite os ingressos eram mais baratos, mas os dias que o público mais acorria eram sábado à noite e domingo à tarde. Cartazes coloridos eram exibidos no comércio e em frente ao Cine Marajó. A propaganda também era feita pelo alto-falante.

 

  

O intuito de José era proporcionar à comunidade momentos de lazer e cultura, num tempo sem televisão e de poucas revistas e livros. Isso mostra quanto José estava a frente de seu tempo.

Esse casarão servia também a outros fins: teatro mambembe, mágicas, bonecos ventríloquos, hipnotismo, formaturas e bailes da comunidade. O aluguel desse espaço fazia parte também do orçamento da família. Idem, pp 133

É inegável o empreendedorismo de José de Campos e como estava à frente de seu tempo.

Quer conhecer um pouco como eram os filmes da época? Acesse o site Cine Marajó criado especialmente para relembrar estes tempos. Lá serão colocados periodicamente os filmes que marcaram época e que provavelmente foram reproduzidos pelo cinema na futura Capital Catarinense das Nascentes.


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